sábado, junho 30, 2007

Bem recordar

Francisco Costa Gomes

Nasceu em Chaves a 30 de Junho de 1914, tendo falecido em 31 de Julho de 2001.

Filho de António José Gomes e de Idalina Júlia Moreira da Costa. Seus pais eram de origem camponesa com posses medianas. O pai, capitão do Exército, morre quando o filho tinha apenas 7 anos.

Casou com Estela da Costa Gomes em 1952. Do seu casamento tem apenas um filho.

(informação retirada do portal da presidência da república)

Bem recordar

A 30 de Junho de 1905, Albert Einstein publica On the Electrodynamics of Moving Bodies, em que explica a sua teoria da relatividade.



Bem recordar



Em 1964, os Beatles fizeram uma tournée mundial que começou em Copenhaga e terminou a 30 de Junho, em Brisbane, na Australia.



Como diz na notícia:
Beatles fans scream like jet flight.
Ora veja: e depois comente com esse ar circunspecto, sisudo e grave: "Ai, a juventude de agora!", e tal...

Bem lembrar quem bem escreve

Jose Emilio Pacheco

O escritor mexicano que nasceu em 30 de Junho de 1939, na cidade do México. Cultivou diversos géneros literários, é criador de uma poesia irónica e límpida, imaginativa e épica. Entre os seus livros de poesia destacam-se:

Los elementos de la noche (1963); No me preguntes cómo pasa el tiempo (1969); Tarde o temprano (1980); Alta traición, (1985);Ciudad de la memoria (1989).

Foi agraciado com vários prémios de poesia como o Prémio Octavio Paz, em 2003, o Prémio Pablo Neruda, em 2004, o Prémio Garcia Lorca, em 2005, entre muitos outros.

Pela beleza simples, irónica, doce, destaco o poema:


ALTA TRAICIÓN
No amo mi patria.
Su fulgor abstracto
es inasible.
Pero (aunque suene mal)
daría la vida
por diez lugares suyos,
cierta gente,
puertos,
bosques de pinos,
fortalezas,
una ciudad deshecha,
gris, monstruosa,
varias figuras de su historia,
montañas
- y tres o cuatro ríos.

Fazer bem

É o que o Público faz hoje ao denunciar a iniquidade:


CANDIDATA A PROFESSORA TITULAR PREJUDICADA POR SER MÃE
porque:
  • A função da maternidade é essencial à sobrevivência das sociedades.
  • Nenhuma mulher, numa sociedade inclusiva, justa e democrática pode ser prejudicada no exercício da função social da maternidade.
  • Porque este caso ilustra à exaustão a TENDÊNCIA DE MORTE que percorre toda a legislação que sustenta a situação relatada.
  • Porque numa EUROPA que tem de ser o bastião firme de justiça, de liberdade, da inclusividade, da equidade, estas situações NÃO PODEM ACONTECER.

sexta-feira, junho 29, 2007



Bem escrever no Verão

Verão rima sol, poesia, amizade, amor rima com tudo quanto é alegre. Divulgo aqui um concurso de poesia:

VERÃO&POESIA SOA BEM...
MAS COM "A-TEAM" MISTURADO TAMBÉM!


Vamos lá então escrever um poema ou texto acerca do Verão, ilustrá-lo e enviá-lo para o e-mail do A-Team: ateam.sala16@gmail.com!
Dá direito a um diploma de vencedor e a uma publicação no blogue promotor da iniciativa. E também vai ser publicado aqui, que eu vou seguir-vos de perto.
Para saberes mais visita a página www.sala16.blogspot.com!Concurso válido de 30 de Junho a 30 de Setembro.
O concurso é promovido por uma turma que irá passar para o 8ºano de escolaridade e que estuda na ESCOLA BÁSICA 2,3 DE AZEITÃO (http://www.eps-azeitao.rcts.pt/)



Bons augúrios

Para o novo Conselho Directivo, no primeiro dia de funções.




Bem prover

Até ao São Pedro, o vinho tem medo.
Até ao São Pedro, tem a vinha medo.
Até São Pedro, abre o rego e fecha o rego.
Nevoeiro de São Pedro põe em Junho o vinho a medo.
Pelo São Pedro vai ver o teu olivedo; se vires uma, conta um cento.



Quadro de El Greco



Bem desejar...


Um feliz aniversário a Rosa Mota, que nasceu em 29 de Junho de 1958, mesmo à beirinha do Douro.



Bem pensar, bem escrever

Antoine de Saint-Exupéry nasceu em 29 de Junho de 1900; foi escritor, ilustrador e piloto fa segunda guerra mundial. Morreu a voar, perto da costa de Marselha, mas o seu corpo nunca foi encontrado.


Dos seus muitos escritos, destaco, naturalmente , O Principezinho, escrito no exílio nos Estados Unidos. Com uma estrutura aparentemente muito simples, mas carregado de simbologias, este seu escrito revela toda a sua filosofia de vida, toda uma reformulação que a vida e a guerra o vão obrigando a fazer dos seus valores.


Andas à procura de galinhas? (diz a raposa)
Não... ando à procura de amigos. O que é que "cativar" quer dizer?
... Quer dizer que se está ligado a alguém, que se criaram laços com alguém.
Laços?
Sim, laços - disse a raposa.


Bem lembrar

Elizabeth Barrett Browning foi uma poetisa inglesa do Século XIX, que faleceu a 29 de Junho de 1861, em Florença.
Era senhora de uma grande erudição, dominava vários idiomas, como o grego, o latim, o italiano, e os seus biógrafos consideram-na uma pessoa genial. Educada em casa, a sua escrita revela extensas leituras, de Shakespeare a John Milton, mesmo ainda antes de ter completado dez anos. Apesar do sofrimento físico que acompanhou toda a sua existência, continuou os seus estudos, do hebraico ao grego clássico.
Dedicou os seus Sonnets from the Portuguese ao seu marido; estes sonetos estão entre os seus melhores escritos.



Um dos seus sonetos:

SONNET #43, FROM THE PORTUGUESE

How do I love thee? Let me count the ways.
I love thee to the depth and breadth and height
My soul can reach, when feeling out of sight
For the ends of Being and ideal Grace.
I love thee to the level of everyday's
Most quiet need, by sun and candle-light.
I love thee freely, as men strive for Right;
I love thee purely, as they turn from Praise.
I love thee with the passion put to use
In my old griefs, and with my childhood's faith.
I love thee with a love I seemed to lose
With my lost saints!---I love thee with the breath,
Smiles, tears, of all my life!---and, if God choose,
I shall but love thee better after death.

Este soneto é tão incrivelmente belo que qualquer tradução incorre no pecado da traição. Os primeiros versos:

Deixa-me pensar
Nas muitas formas que tenho
De te amar
Amo-te de todas as formas
que a minha alma é capaz de conceber...


Bem ouvir...


Músicas estruturantes do meu modo de ser







Bem convidar...

O prometido é devido. Convido a Vida de stora a vir passar um dia comigo a Oeiras e nomeio o seu blogue vencedor absoluto na categoria de:

Blogue dos vegetais verdes.

Entretanto, temos de organizar um encontro de professores blogueiros, nem que seja por regiões.

quinta-feira, junho 28, 2007

Bem dizer, bem ouvir...

Chimes of Freedom, com Bruce Springsteen, Tracy Chapman, Sting, Peter Gabriel,Youssou N'Dour.

Flashing for the warriors whose strength is not to fight
Flashing for the refugees on the unarmed road of flight
An' for each an' ev'ry underdog soldier in the night
An' we gazed upon the chimes of freedom flashing.

A bem dizer...

Foi editado um CD que recolhe as interpretações de alunos e de professores do Agrupamento de Escolas Conde de Oeiras de vários temas do cancioneiro popular português.
O CD contém quinze temas e integra o Programa de Actividades de Enriquecimento do Currículo no Concelho de Oeiras.
Os temas são interpretados por turmas do 1º. e 2º. ciclos das Escolas EB1 António Rebelo de Andrade, EB1 Joaquim Matias, EB1 Sá de Miranda e EB 2.3 Conde de Oeiras.
O CD apresenta ainda o tema A Plaina, interpretado por professores.




Eu hoje vou dizer bem do

Projecto escolas Verney
Este projecto teve início em 1998/99, com duas escolas do primeiro ciclo do ensino básico e actualmente abrange 11 escolas do ensino básico e secundário, de seis freguesias, além de três instituições culturais.
O projecto pretende, nas palavras do Sr. Presidente da Câmara " criar desde tenra idade o hábito de frequência de equipamentos culturais, o densenvolvimento da literacia visual e o gosto pelas letras."

E porque a brochura do projecto, tendo a excelente qualidade das publicações a que a autarquia nos habituou, tem inúmeros motivos de interesse e referência, escolhi, para ilustrar esta entrada, dois trabalhos a meu gosto: o de João Louro, da EB1 Gomes Freire de Andrade e o de Tânia Moreira da ES Sebastião e Silva.

A bem dizer e para bem pensar...

Ensinar a pensar criticamente


Uma boa aprendizagem decorre de um ensino substantivo que induz os estudantes a apropriarem-se dos princípios e conceitos básicos da matéria que estudam. São, por isso, necessárias estratégias de ensino enraizadas numa perspectiva de pensamento crítico. Esta perspectiva exige que tenhamos em conta as fragilidades dos formatos didácticos tradicionais. São necessárias estratégias que induzam os estudantes a pensar activamente no âmbito dos conceitos e princípios que estão a aprender, o que só se consegue se os professores forem formados nesta filosofia pedagógica.
Aproveito a oportunidade para cumprimentar publicamente João Santos, professor de Filosofia da Escola Secundária Sebastião e Silva, porque ele ensina os seus alunos a pensar criticamente. Não pode, naturalmente, é dizer que é velho, por uma razão única: é que fomos contemporâneos na licenciatura...

quarta-feira, junho 27, 2007

Se eu fosse uma música romântica seria...

versão Aznavour, with an accent:


Bem dizer, bem recordar

No aniversário da morte do General Sousa Dias


O General Sousa Dias morreu degredado em Cabo Verde, no dia 27 de Junho de 1934.

Liderou a revolta de 03 de Fevereiro de 1927 contra a ditadura militar do 28 de Maio de 1926.

O processo deste destacado e intrépido militar republicano ainda não foi localizado pelo Arquivo Histórico Militar, o que tem dificultado a investigação que levará à publicação de uma biografia sua, não sendo de excluir a hipótese da sua destruição pela ditadura militar.
O fracasso das revoltas que chefiou contra a ditadura resultou na sua demissão de Oficial do Exército e posterior deportação para Cabo Verde, onde viria a falecer em 1934.
Figura destacada da sua época, o valente general é considerado um bom exemplo "das mais altas virtudes morais que a nobre profissão de soldado exige, com toda a abnegação, verticalidade, aprumo e absoluta intransigência no cumprimento dos princípios que jurara defender, sem olhar a sacrifícios ou perigos", conforme assinala oDecreto‑lei n º 232/77, de 2 de Junho, que acrescenta:
"Julga‑se que a vida exemplar e trágica deste oficial, que tanto deu de si próprio em proveito do povo, bem merece um gesto de reconhecimento de Portugal de hoje, finalmente livre”. Leia mais sobre a sua história.



A bem dizer...

Já aqui me referi a Celestino Coutinho, numa entrada de 22 de Outubro último. Volto a referi-lo hoje, à sombra do bem dizer:

Celestino Coutinho lidera um dos mais antigos e interessantes grupos escolares que conheço, marcados pela curiosidade e divulgação científica, pela dedicação à investigação de campo e à paleontologia.

No seu GRUPO DE PALEONTOLOGIA podemos encontrar muita informação sobre este projecto que já movimentou milhares de alunos e constitui uma das imperdíveis actividades do programa Ciência Viva.


Algumas informações úteis:
GRUPO DE PALEONTOLOGIA
Coordenador:
Celestino Coutinho

info@eb23-paco-arcos.rcts.pt
paleogrupo@gmail.com
http://oficina.cienciaviva.pt/~pw011




A bem dizer...


Encontrei o blogue da Marina através do Canto do Vento. Numa das últimas entradas, a Marina diz assim:

"A Escola. Uma grande parte de mim.No entanto, raramente falo dela neste meu sítio.Não porque quero, de forma alguma, esconder dos outros esse Universo que é para mim de tão grande importância, mas porque prefiro, na maioria das vezes, protegê-lo da exposição pública que este meu blog proporciona.Diversas vezes tive vontade de escrever aqui algumas linhas sobre o meu modo de sentir e viver a Escola. Hoje, depois de ler aqui o texto da Matilde, com quem tantas vezes partilhei opiniões, dúvidas, tristezas e esperanças, achei que era o momento."

Pois o que eu pedia à Marina é que escrevesse sobre a escola, sobre a relação pedagógica, esse universo que a investigação diz ser tão difícil de descrever. Não só pelo universo em si, mas também pelo que esta escrita nos pode iluminar sobre a profissionalidade docente, nas suas mais diversas dimensões e componentes.
O material que vamos deixando na net pode ser fonte de inspiração para projectos de investigação de outros colegas que se interessem por estas áreas de investigação. Sobre outros universos qualquer pessoa pode escrever, sobre o mundo da escola, os professores estão numa posição privilegiada e única.
Além disso, se a Escola é uma grande parte de nós, então, o melhor mesmo é que nos entendamos com ela, que a descrevamos, que a perscrutemos, como forma de nos entendermos a nós próprios.



A bem dizer...
Posted by PicasaJá aqui vos falei de Manuel Russo.
O Manuel Russo, da Escola Secundária Augusto Cabrita, mandou-me uma colecção de fotografias de uma visita de estudo que recentemente fez à Grécia com os seus alunos, no âmbito de um intercâmbio escolar.
Em Salónica, desenvolveram diversas actividades de folclore, danças, música e canções tradicionais.
Para além das fotografias típicas da paisagem, dos monumentos, da comida e da bebida gregas, as fotos revelam a vivência de momentos intensos, alegres, comoventes, que certamente nenhum dos participantes jamais olvidará.
Como não posso colocar na net fotografias de menores sem a respectiva autorização, escolhi esta.

terça-feira, junho 26, 2007




A bem dizer...




A escritora portuguesa Maria de Fátima de Bivar Velho da Costa nasceu em Lisboa a 26 de Junho de 1938.

A primeira recordação que tenho dela está associada ao processo das TRÊS MARIAS, que envolveu igualmente Maria Teresa Horta e Maria Isabel Barreno.
As três autoras das Novas Cartas Portuguesas (1971), uma publicação anti-fascista e anti-regime e em clara rotura com os valores femininos tradicionais, responderam em tribunal por pornografia e imoralidade.

Leia alguns dos seus textos on-line.



A bem dizer...


Maria da Assunção Themudo Caldeira Cabral é Licenciada em Filologia Românica e Mestre em Linguística Portuguesa. Ao longo da sua carreira exerceu, juntamente com a função docente, as seguintes funções: orientadora pedagógica; coordenadora do grupo de trabalho «Escolas» do Projecto Minerva da Fac. de Ciências de Lisboa; foi assistente do núcleo de Avaliação da Universidade Aberta; tem colaborado com o GAVE para as provas aferidas do Ensino Básico; tem sido formadora da Malha Atlântica e co-autora de cursos on-line para professores do Ensino Secundário e do Básico;foi orientadora e co-autora do projecto on-line «DidaTIC», co-autora do CD «A Cidade do Faz de Caso»; consultora e/ou colaboradora em projectos da comunidade europeia que envolvem e-learning (S2-Net; Forcopar), é , é consultora de e-learning e construtora de materiais didácticos, num projecto europeu (Eurocultures, Bruxelas); integra a Bolsa de Avaliadores no Sistema de Avaliação, Certificação e Uso de Software para a Educação e Formação (projecto Sacausef) da DGIDC.
Integra esta equipa do GramaTICa.
Tem concebido, em equipa com Filomena Viegas e João Paulo Videira materiais didácticos para o ensino da Língua Portuguesa. É co-autora do projecto NAVEGAR NO PORTUGUÊS.




A bem dizer...



Eu hoje vou dizer bem de Filomena Viegas.
Coordenadora dos projectos DidaTIC e gramáTICa e co-autora do NAVEGAR NO PORTUGUÊS, Programa de formação de professores de Português do Ensino Secundário.



O programa Navegar no Português inscreveu-se no Projecto Falar - Formação de Acompanhantes Locais do Programa Ajustado de Português do 10º. e 11º. Anos de Português do Ensino Secundário e foi a primeira experiência exclusivamente portuguesa de formação on-line de professores de Português .
Este programa foi planeado e executado por iniciativa do Departamento do Ensino Secundário do Ministério da Educação, em colaboração com a Associação de Professores de Português.
A primeira acção ocorreu durante o ano de 1998, ainda na modalidade presencial. Em 1999, optou-se por realizar a acção on-line. Seguiram-se outras acções em 2000, 2001 e 2002, que visavam treino de actividades didácticas adequadas a uma gestão global dos programas do 11º. Ano de Português.

Os objectivos deste programa de formação foram assim definidos:
- criar uma "rede" de recursos humanos e materiais a nível nacional;
- promover a actualização de professores de Português, através da experimentação de ambientes educativos com novas tecnologias, de acordo com as directrizes da União Europeia sobre a "formação permanente e ao longo da vida";
- apoiar os professores de Português na leccionação dos Programas;
- uniformizar terminologias a nível do Ensino Básico e Secundário;
- estabelecer metodologias e actividades adequadas ao ensino dos programas ajustados;
- proporcionar recursos que contemplem, não apenas os conteúdos tradicionais, mas ainda conteúdos de desenvolvimento pessoal e social e de educação para a cidadania.

(Fonte: Relatório do Projecto FALAR, Novembro de 1998).
Este programa de formação baseou-se, na convicção dos seus autores, do departamento promotor e da Associação de Professores de Português, de que teria de haver uma preocupação com a formação dos professores dos ensinos básico e secundário, no sentido de os habilitar a utilizar as novas tecnologias da informação no desenvolvimento do currículo, apetrechando-os com as competências tecnológicas necessárias à gestão eficaz dos programas das disciplinas curriculares.
O projecto envolveu milhares de professores de todo o continente e constituiu o objecto das minhas teses de mestrado e de doutoramento.


A bem dizer...

Agora que já aperfeiçoei a minha candidatura ao sétimo céu, sinto-me:


Posted by Picasa


A bem dizer e em período de aperfeiçoamento...

A verdadeira obra de arte mais não é que uma sombra da perfeição divina.

Miguel Ângelo, 1475-1564

Acaba de chegar ao Paideia, que mudou de visual

segunda-feira, junho 25, 2007



A bem dizer, gosto...



De ver, espalhados por todo o concelho de Oeiras, sobreiros e oliveiras centenários trazidos do Alqueva.

Carregadas de uma profunda simbologia em várias religiões e culturas, e de um peso específico muito próprio, tanto na Europa meridional, como no Norte de África, as oliveiras são, como os sobreiros, árvores incrivelmente resistentes, capazes de viver centenas de anos.
Retirei esta imagem de algumas dessas árvores, replantadas no Parque dos Poetas, do blogue Tudo menos política.



Retalhos do dia, a bem dizer...


Entraram acanhados
Sentaram-se devagar
A Escola era diferente
Estava tudo a começar!

O tempo foi passando
É preciso estudar.
A D.T. vai insistindo
E há sempre alguém a falar.

Hoje um, outro amanhã
Todos vão compreendendo
A aula é coisa séria
Mesmo, às vezes, não parecendo!

E lá se vai aprendendo
Cada um à sua maneira.
E vezes, vezes sem conta
Lá vêm à nossa beira.

Há alguns mais preguiçosos,
outros mais trabalhadores
E lá se vão habituando
Aos diferentes professores.

Simpáticos e carinhosos
Na sua maneira de ser
Nunca, nunca desistimos
De os convencer a aprender.

O ano terminou
As férias vão começar...
E para o próximo ano,
Vamos juntos trabalhar?


Este é um poema que Irene Cardona, directora do 5º. C e autora de excelentes manuais para o ensino da Língua Portuguesa, dedicou aos meninos e ofereceu a cada um dos professores da turma. E foram muitos, entre os professores curriculares, os de apoio e os das parcerias que trabalharam com esta turma e levaram a bom porto uma missão quase impossível.
Tudo isto, depois de um último dia de aulas, em que cantámos, dançámos e comemos bolo feito pela mãe do Duarte, o delegado de turma. Mmmmmm... abençoadinha!


A bem dizer...

O Paulo Guinote diz no seu blogue, a propósito do bem-dizer (os sublinhados são meus):

"Lamento, mas não consigo. Eu querer, queira, mas os fantasmas que fazem mover esta máquina não me o permitem. Não consigo durante sete dias aquilo que no teatro e cinema se chama a suspensão da (in) credulidade do espectador. A realidade exerce demasiados efeitos sobre mim. Para além de que provavelmente não sou uma pessoa com a melhor das índoles.
Eu bem tento ser positivo. Mas tantas vezes acabo apenas por ser positivamente crítico. Embora dizer bem nem sempre seja obrigatoriamente bem-dizer. Acho eu."

O que eu penso:
O Paulo é positivo. Vê-se pelo que escreve que pensa bem e com justiça e isso é uma forma de ser positivo. Pensar criticamente é uma competência essencial, ter uma perspectiva ética e política da sua profissão é ser positivo, afirmar valores como o da influência inegável do professor sobre os seus discípulos é ser positivo. Eu gosto do que o Paulo escreve - é certeiro, objectivo, eficaz, comunicativo e estimula-nos a pensar. Pessoalmente decidi encarar assim o momento que estamos a viver: em seis meses a presidência europeia terminará e terá necessariamente de haver novos ajustamentos, terá de haver mudanças. Penso que, desta forma, encaro melhor o momento, lido melhor com os factores adversos, vivo com maior determinação e vontade, estou mais optimista.



Bem dizer e bem lembrar



Bento de Jesus Caraça, o matemático e combatente anti-fascista a que já me referi no meu blogue. Henrique Santos lembrou, e bem, que morreu em Lisboa em 25 de Junho de 1948. O seu funeral, lembra quem viveu no seu tempo, foi uma impressionante manifestação de pesar e uma inolvidável homenagem a um dos maiores intelectuais portugueses. Para saber mais sobre Bento de Jesus Caraça, leia aqui.







A bem dizer...


De Seligman. Educar para o optimismo.



A bem dizer....
Cultivar o optimismo

Ser pessimista tem um preço elevado, o pessimismo é o Inverno do nosso descontentamento, o trabalho corre mal, a probabilidade de falhar é maior e as relações tendem a azedar com maior frequência.
Quando começamos a compreender que as atitudes negativas nada resolvem e que a psicologia positiva pode ajudar-nos a conviver com a adversidade, é tempo de cultivarmos o optimismo.

A bem dizer ...

A bem dizer...

Paulo Freire e a condição docente
A mensagem pedagógica e política de Paulo Freire sugere que preciso de:
Cultivar a alegria de viver
Através da alegria de ensinar e de aprender, do combate à opressão e ao pessimismo;
Esforçar-me por ser humilde
Quero cultivar a auto-confiança e a capacidade de ouvir e aprender com os outros;

Adubar o bom senso
Quero rejeitar o autoritarismo e utilizar a minha experiência para trabalhar de forma mais ética e mais eficiente;
Exercitar a bondade
Quero libertar-me das atitudes negativas e cultivar a dedicação aos meus alunos, para promover uma sociedade mais humana e mais justa;
Fomentar a coragem
Preciso de reconhecer e ultrapassar os meus medos, correr riscos, combater o preconceito e escolher a benevolência;

Estimular a tolerância
Devo resistir a todas as formas de intolerância, respeitar os que são diferentes e promover a democracia na Escola;

Desenvolver a capacidade de decisão
Definitivamente, tenho de recusar a arbitrariedade destruidora, a permissividade aviltante e ser capaz de opções pessoais e autênticas;
Construir um ambiente securizante
Promover as minhas competências profissionais, a integridade, a clareza política.

Cultivar a paciência impaciente
Significa que me devo esforçar por promover a minha reflexividade, rejeitar a passividade e procurar corresponder aos interesses e necessidades dos alunos;
Semear o diálogo
Devo manter abertos todos os canais de diálogo sem abrir mão das minhas convicções, princípios e valores.

Inspirado em: Simpson, D. J. et al. (2006). A teacher’s indispensable qualities: a freirean perspective. Journal of latinos and education, 5(2), 163–165.

domingo, junho 24, 2007

No dia de S. João
Tudo me prende à terra onde me dei:
o rio subitamente adolescente,
a luz tropeçando nas esquinas,
as areias onde ardi impaciente.

Tudo me prende do mesmo triste amor
que há em saber que a vida pouco dura,
e nela ponho a esperança e o calor
de uns dedos com restos de ternura.

Dizem que há outros céus e outras luas
e outros olhos densos de alegria,
mas eu sou destas casas, destas ruas,
deste amor a escorrer melancolia.

Eugénio de Andrade
(imagem retirada do blogue Rosa dos ventos)


Sting, Fields of Gold


Vote nos Piratas Lusos.

É que nem precisa de ir às Caraíbas!



Leituras do dia

Nisto surgiu uma grande tormenta e lançava as ondas dentro da barca, de modo que ela já se enchia de água.
Jesus achava-se na popa, dormindo sobre um travesseiro. Eles acordaram-no e disseram-lhe: Mestre, não te importa que pereçamos?
E ele, despertando, repreendeu o vento e disse ao mar: Silêncio! Cala-te! E cessou o vento e seguiu-se grande bonança.
Ele disse-lhes: Como sois medrosos! Ainda não tendes fé?

Mc, 4
Quadro de Rembrandt

sábado, junho 23, 2007

Hoje recebi uma prenda
Mulheres que lêem são perigosas
Um livro publicado pela Quetzal, com prefácio de Elke Heidenreich, que sabe bem como a leitura pode tornar-se perigosa. As mulheres que lêem são perigosas, justamente porque se apropriam de conhecimentos e de experiências que alguém terá entendido vedar-lhes. Ou como dizia D. Francisco Manuel de Melo:

"Burra que faz im e mulher que sabe latim,
não podem ter bom fim."
Vermeer

Mulheres que lêem são perigosas
Boucher

Mulheres que lêem são perigosas
Eybl (1806-1880)

Mulheres que lêem são perigosas
Ilsted

Mulheres que lêem são perigosas



Ambrosius Benson








Mulheres que lêem são perigosas

Despert

Mulheres que lêem são perigosas


Homer

Mulheres que lêem são perigosas
Manet

Mulheres que lêem são perigosas
Hunter

Mulheres que lêem são perigosas
Fragonard

Mulheres que lêem são perigosas

Matteo Corcos





Mulheres que lêem são perigosas
Picasso

Mulheres que lêem são perigosas Corot

Mulheres que lêem são perigosas Fernando Botero

Mulheres que lêem são perigosas Rembrandt

Mulheres que lêem são perigosas












Renoir

Mulheres que lêem são perigosas
(Quetzal Editores)

Mantendo a corrente proposta por Miguel Pinto

Filhos . . . Filhos?

Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete . . .




Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los . . .
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Vinícius de Moraes
(mantive a ortografia original)

Foi só uma mudançazinha de layout.
Havia várias reclamações dos utilizadores do firefox. De facto, com o firefox era ilegível.
Está melhor assim?
Obrigada pelas sugestões.

sexta-feira, junho 22, 2007

Eu vi a morte
de noite. névoa branca.
entre os frascos do soro
rondar a minha cama


era um trasgo
e como tal metera-se
pelas frinchas; noutra versão
coando-se através
dos nós da madeira
ou noutra ainda
imitando à perfeição
o gorgolejar da água
nos ralos: eu tremia
covardemente enquanto
ela raspava a parede
com unhas muito lentas

eu vi? ouvi a morte?
com toda a probabilidade
e por instantes
era ela. luz negra.
tentando cegar-me


Sturla Strand: "Sea mist" - fotografia a preto e branco, 2001


Educação e coesão social
Um dos maiores desafios do novo milénio consiste em promover e manter a coesão social perante a rápida globalização.
Reconhece-se hoje que as novas tecnologias trouxeram mais oportunidades de interligação, através das viagens, do comércio e das comunicações; todavia, a globalização produz forças centrífugas susceptíveis de deslocar ligações tradicionais, de fragmentar as sociedades e de acentuar conflitos e divisões
A promoção da coesão social através da educação voltou a emergir como um objectivo político importante em muitos países durante a última década, embora o conceito de coesão social não seja perfeitamente claro nas suas componentes, nem se saiba exactamente como é que a educação influencia a coesão social.
Ao certo sabe-se que Portugal, ao contrário da Noruega, da Holanda, do Japão, da Finlândia e da Itália, se encontra entre os países em que a condição económica e o status das famílias têm uma maior influência na desigualdade de oportunidades e é o país em que as desigualdades são mais acentuadas, de acordo com diversos relatórios recentes da UNESCO, da OCDE, e da Comissão Europeia.

Menino e moço



Tombou da haste a flor da minha infância alada,
Murchou na jarra de oiro o púdico jasmim:
Voou aos altos Céus a pomba enamorada
Que dantes estendia as asas sobre mim.

Julguei que fosse eterna a luz dessa alvorada
E que era sempre dia, e nunca tinha fim
Essa visão de luar que vivia encantada,
Num castelo de prata embutido a marfim!

Mas, hoje, as pombas de oiro, aves da minha infância,
Que me enchiam de Lua o coração, outrora,
Partiram e no Céu evolam-se, a distância!

Debalde clamo e choro, erguendo aos Céus meus ais:
Voltam na asa do Vento os ais que a alma chora,
Elas, porém, Senhor! elas não voltam mais...

António Nobre, 1885