Da resiliência
Em 1998, Seligman, então presidente da APA (American Psychological Association) afirmou que a Psicologia teria de construir uma visão mais positiva e mais aberta do potencial das capacidades humanas.
Na esteira da sua proposta, surgiu um movimento habitualmente designado de Psicologia Positiva, que procura ultrapassar os enviusamentos do cepticismo epistemológico que percorre a análise dos comportamentos dos indivívudos, dos grupos, das organizações e das comunidades característico da disciplina.
Entretanto, os postulados de uma ciência focalizada nas potencialidades humanas exigem tanto esforço e rigor conceptuais como a psicologia que se centra nas alterações do comportamento.
Nesse sentido, a Psicologia tem vindo a centrar-se nos sistemas e mecanismos de adaptação de indivíduos e organizações, dentre os quais se destaca a resiliência.
O conceito de resiliência provém da Física e foi importado para a psicologia para designar a capacidade de indivíduos, grupos, organizações e comunidades de superarem as dificuldades e adversidades, pessoas e organizações que conseguem assim ser os construtores da sua qualidade de vida, nos mais variados campos da existência pessoal e profissional e social.
A psicologia tem-se debruçado sobre os factores que determinam esta capacidade e identifica as relações familiares, sobretudo na infância, como uma das suas principais condicionantes; por seu turno, a sociologia refere factores de contexto, de cultura, de tradições; a teologia, mas também os estudos empíricos referem a importância das crenças religiosas quaisquer que ela sejam, como mais um “recurso”.
Um dos investigadores em avaliação que mais aprecio afirma que as pessoas são o resultado, não das suas vivências, mas da forma como as percepcionam.
Contudo, não se é resiliente sozinho. Embora a capacidade seja pessoal e privada, a presença, o apoio e o acolhimento do outro são da maior importância: os nossos mentores de resiliência são as figuras de referência presentes ou passadas, que operam o milagre do apoio, do optimismo, da dedicação e do amor.
Da resiliência das organizações
Transportada para o universo organizacional, a resiliência é sobretudo identificada com a tolerância a mudanças, a capacidade para assimilar as situações sem optimismos exagerados nem discursos derrotistas. Nas organizações, a falta de competência para assimilar a mudança pode tornar-se num problema de dimensões perigosas, das quais há que recuperar instaurando disciplinas mentais que induzam as pessoas a modificar os seus comportamentos e a cultivar novas atitudes.
Da resiliência na Escola
Promover a resiliência na Escola implica o desenvolvimento de competências sociais, tais como a responsabilidade, a flexibilidade, a empatia, a comunicação e o sentido de humor; competências de resolução de problemas , tais como a capacidade de planear, de congregar recursos, de pensar critica e criativamente, uma consciência crítica susceptível de identificar estruturas de opressão e adoptar estratégias de correcção de percursos e de autonomia, que consistem em desenvolver o sentido da identidade própria, a capacidade de agir independentemente e de exercer algum controlo sobre o ambiente, o que incluiu percepções de auto-eficácia, de locus de controlo interno, de resistência à negatividade e de algum distanciamento.
Por último, a resiliência manifesta-se por uma intenção de finalidade, uma orientação para um objectivo, pela motivação, pela persistência, pelo optimismo, pelos laços afectivos e pelas ambições a nível educacional.
A investigação identifica ainda factores e processos de protecção organizáveis em três grandes clusters: as relações de apoio, as expectativas positivas e as oportunidades de participação significativa.
segunda-feira, junho 11, 2007
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