João Pinto e Castro, aquele "jovem" de óculos e com o cabelo já todo branco que aparece nas fotografias do meu doutoramento, descreveu no seu blogue a metodologia de estudo adoptada para determinar a localização do novo aeorporto, através da fala da terceira bruxa em Macbeth, Acto 4, Cena 1:
E cito:
"Aventadas localizações alternativas para o novo aeroporto de Lisboa. Metodologia do estudo:
Scale of dragon, tooth of wolf,
Witch's mummy, maw and gulf
Of the ravin'd salt-sea shark,
Root of hemlock, digg'd i' th' dark;
Liver of blaspheming Jew,
Gall of goat, and slips of yew
Silver'd in the moon's eclipse;
Nose of Turk and Tartar's lips;
Finger of birth-strangled babe
Ditch-deliver'd by a drab
Make the gruek thick and slab.
Add thereto a tiger's chauldron
For the ingredience of our cauldron.
(...)"
Eu só não traduzo porque o trecho contém uma alusão de intolerância religiosa própria da época, que não gostaria de reproduzir aqui, mas garanto que os ingredientes são frescos. Traduzo apenas o coro das bruxas:
Double, double toyle and trouble'
Fire burn and Cauldron bubble.
Ergue-te com força
em fogo e turbilhão
ó poção
do caldeirão!
As três bruxas de Macbeth representam as três premissas da peça, com um universo muito medieval: é o agouro das bruxas que leva Machbeth a assassinar Duncan, Banquo e o filho: Tal como os três fados da mitologia grega que entretecem o destino humano, destruindo seres como Macbeth. Esperemos que as árvores do "deserto" não marchem sobre o castelo de Dunsinane.
Jamais... (em francês)
Não há que enganar: a eficácia da metodologia está cientificamente comprovada. Shakespeare vai gostar de saber como é profundamente actual...
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