quinta-feira, novembro 19, 2009


Ahlam Mosteghanemi é uma escritora argelina notável . Alguns dos seus livros já estão traduzidos para inglês, designadamente os dois primeiros da trilogia Memory in the Flesh e Chaos of the Senses, em que a escritora descreve a reflecte sobre a a luta argelina contra a dominação estrangeira.
A escritora nasceu a 13 de Abril de 1953, é Doutorada em Socialogia pela Sorbonne e recebeu o prestigiado prémio Naguib Mahfouz pela sua obra Memory in the Flesh.


Uma citação:

Dantes, eu pensava que poderia apenas escrever sobre a vida quando tivesse recuperado das minhas feridas, quando fosse capaz de tocar nas velhas feridas com a caneta, sem reviver a dor, quando pudesse olhar para o passado sem nostalgia, loucura ou sofrimento.
Mas será possível? Nunca cortamos completamente com a nossa memória.
São as recordações que nos inspiram para escrever; elas são o estímulo para pintar e mesmo, para alguns, a motivação para a morte.

terça-feira, novembro 17, 2009


May Ziade

(escritora libanesa, feminista e orientalista, com influências de Shelley & de Lord Byron)
Uma pequena história
Esta não é a história do navio neófito
que ainda mal não começou viagem
Ao lê-la sentimos um brando deleite,
Como que um repouso para uma mente exausta
Uma história, nem longa, nem lânguida,
Sem mistérios, nem intangíveis
Uma história curta, talvez mesmo curiosa
Que vamos ouvir com natural interesse.
traduzida: IJorge, Novembro, 2009


sexta-feira, novembro 06, 2009







Da alegria e da tristeza, Kahlil Gibran

A alegria é a tristeza sem máscara.
Tal como a fonte de onde brota o riso
e que transbordou das nossas lágrimas.
E podia ser de outra maneira?
Quanto mais profunda é a tristeza, maior é a alegria.
O copo que contém o vinho não teve de ir ao forno alto?
A madeira do alaúde que nos acalma o espírito,
não é a mesma de que são feitos os cabos das facas?
Quando estamos alegres e vamos ao fundo de nós próprios,
o sofrimento antigo não é agora o motivo do deleite?
Tal como a tristeza que nos faz olhar
e ver no sofrimento as alegrias passadas.

Podemos até pensar “a alegria é melhor que a tristeza,
enquanto outros dirão: “Não, melhor que a alegria é a tristeza”
Eu vos digo que uma e outra são inseparáveis.

Na verdade, tristeza e a alegria são como os pratos da balança.
Só quando estamos vazios é que a balança está em equilíbrio.
Quando o guardião de tesouros pesa o nosso ouro e a nossa prata,
uma delas – a alegria ou a tristeza – há-de fazer tombar um dos pratos da balança.

Traduzido: Idalina Jorge, 06-11-2009