Os meus blogs favoritos
O desafio do Miguel colocou-me, para além das questões sobre a natureza e as diversas tipologias da reflexividade docente, a questão da sua expressão na blogosfera.
Dos diversos tipos de blogs, há uns que se aproximam mais da tipologia reflexão na acção, como é o caso dos blogs A Professorinha e do Olhar azul (mas que lindos olhos, menina!), outros mais virados para a Reflexão sobre a acção, como é o caso dos blogs Terrear e Outròólhar. Existe ainda uma terceira via (não é essa, não sejam mauzinhos...) que é a de articular ambos os tipos de reflexão, no qual o meu blog pretende enquadrar-se e ainda um quarto tipo de blogs, mais panfletários, mais comunicativos, mais políticos, como o do Paulo Guinote.
Eu dou particular atenção a blogs de reflexão na acção porque o mais difícil é escrever sobre as nossas práticas e como elas influenciam e se deixam influenciar pelas nossas crenças e os nossos valores. São blogs predominantemente auto-revelatórios, com uma comunicação de tipo afectivo, em que as pessoas mais se expõem e onde predomina uma comunicação de tipo feminino (Klemt, 2000; Fahy, 2002), que pode parecer estranha num blog docente, por a profissão estar ainda muito associada a uma imagem de tecnicismo e de objectividade.
Todos eles têm a sua legitimidade - cada qual escolhe o seu estilo. A natureza de um blog enquadra qualquer destas tipologias e num blog temos de gerir uma situação algo paradoxal: à leitura vertical está associada uma comunicação mais rápida, mais apelativa e fática, mais panfletária, o que, de algum modo não condiz com a reflexividade: um texto argumentativo dificilmente terá menos de 10 linhas.
Pessoalmente, prefiro escolher, pela sua especificidade, blogs que se enquadram nos dois tipos de reflexividade docente, porque os outros têm naturalmente, concorrentes de peso, com os blogs meus favoritos que se encontram na minha lista de não-docentes.
Dois últimos critérios de selecção prendem-se com a regularidade e com um leque que inclua todo ou quase todo o ensino não-superior.
Assim, meus favoritos são:
- A Professorinha madeirense (vencedora absoluta, pelo seu estilo emancipatório)
- Terrear, um blog que exemplifica a reflexividade mais técnica (Cruickshank, 1985)
- Um Olhar azul, outro blog da nova geração de docentes que encara a auto-revelação sem falsos pudores (meu Deus, nasceu em 78, é da idade do meu filho mais velho!)
- Na sala de aula e Outròólhar, ambos representativos dos dois tipos de reflexividade docente. Se fosse jovem, penso que gostaria de ter dois professores assim, porque eu, como professora, sou muito bem disposta, mas também sou muito exigente e, por isso, posso tornar-me um pouquinho difícil.
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