terça-feira, maio 29, 2007

Mais um estardalhaço mediático por causa dos critérios de correcção da prova de aferição de Língua Portuguesa. Quanto a esta matéria temos de considerar dois aspectos:

1. Quando a prova se destina a devolver aos alunos, é evidente que todos os erros, seja qual for a sua natureza, têm de ser corrigidos. O facto de serem corrigidos não implica que esta correcção afecte a classificação. São dois aspectos distintos.

2. Nas perguntas exclusivamente dedicadas à compreensão, os erros de expressão, sendo corrigidos, não entram nos critérios de avaliação e classificação. E não entram porque, nessas perguntas, o que se está a avaliar não é a expressão escrita, mas a compreensão escrita. Se o professor corrector considerasse os erros de ortografia, estaria a introduzir um indicador que, naquelas perguntas concretas, não está a ser avaliado e, assim agindo, introduziria factores de erro na avaliação da compreensão escrita, isto é, o que estaria a avaliar seria, não os indicadores que aquelas perguntas visam, mas outros indicadores para os quais elas não foram gizadas.

Nos itens da segunda parte do teste, ao invés, o que está em avaliação é a expressão escrita. Aí, sim, todos os indicadores de expressão, tais como a ortografia, a pontuação, o vocabulário, a estrutura da frase, a organização das ideias estão em causa. Essas perguntas - e não outras - destinam-se exclusivamente a avaliar a expressão escrita.

A avaliação é dos mais importantes aspectos da instrução. Os critérios têm de ser claros, rigorosos, precisos. Uma prova de avaliação obedece a uma matriz, em que cada pergunta tem por objectivo avaliar uma dimensão específica - e não outras. Quando se avaliam alhos, não se avaliam bugalhos. O resto é feira e circo de quem quer, a propósito de tudo e de nada e a todo o custo, o estrelato mediático do prime time.

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