quinta-feira, maio 31, 2007

Não me pareceu bem
(a bem dizer, irritou-me)
O Sr. Engenheiro director do GAVE (de repente não me ocorre o apelido, creio que é Pinto) resolveu ir à televisão comentar as observações de um dirigente político acerca dos critérios de avaliação das provas de aferição. Do meu ponto de vista não o deveria ter feito, por várias ordens de razões:
1. Em princípio, um director de serviço de nível 1 não deve expor-se publicamente em justificações deste teor, de cada vez que um político não tem outro assunto mais mediático para aparecer em prime time.
2. Manifestamente, o Sr. Director do GAVE não é um especialista em avaliação (nem tem necessariamente que o ser - para explicações do teor que esta exigiria existem os técnicos e especialistas), uma vez que não foi capaz de explicar sucinta e cabalmente porque é que o referido político não tinha razão, nem sabe do que fala.
3. Uma ida à televisão só se justificaria para uma explicação de natureza técnica acerca dos critérios utilizados e, nesse caso, deveria ser dada pelo director do nível imediatamente abaixo. A ser assim, a intervenção teria uma natureza didáctica, no sentido de fazer entender ao grande público porque é que cada pergunta avalia uma dimensão e não outra. É inegável que o Sr. Director do GAVE é uma pessoa afável, com uma presença simpática, uma voz muito bem colocada mas, neste caso, não basta. A optar por uma vinda à televisão, a única postura adequada seria a de explicar porque é que as coisas são feitas de uma maneira e não de outra.
4. A intervenção mediática de um quadro directamente ligado à Sra. Ministra da Educação a tentar explicar, sem explicar nada, uma questão de natureza exclusivamente técnica só vai empolar e dar mais amplitude à intervenção de um político que, não percebendo nada de avaliação, bem podia dedicar-se a tentar perceber como pode alargar a sua clientela política.Ou como ter durabilidade, que é uma qualidade essencial em política, não?
Tudo isto é irritante, porque qualquer indívíduo com mais de quarenta anos que não sabe muito bem o que quer na vida, se quer gerir um partido, ser comentador, jornalista, colaborador de uma universidade pouco recomendável ou afim pode, levianamente, pôr em causa o estudo e o trabalho de pessoas que dedicam a sua vida a uma profissão. Tudo isto dá a impressão de um país - e de um ministério - à deriva, amador, inseguro, inconsequente, sem rumo nem horizonte.
(Meu Deus, que mais nos irá acontecer?)

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