quinta-feira, maio 31, 2007

Efemérides

Walt Whitman, o poeta mais influente e inovador dos Estados Unidos, nasceu em Nova York em 31 de Maio de 1819. O poema que hoje aqui traduzo algo livremente,“When I Heard at the Close of the Day”, é uma espécie de soneto em verso livre; apesar de, formalmente, não ter catorze versos em pentâmetro jâmbico, tem um lirismo muito próximo do do soneto. As cenas da "lua cheia" e da "praia" são metáforas de relações pessoais e amorosas, em que o ritmo do verso traduz o movimento das ondas. A referência aos "aplausos do Capitólio" são uma provável menção à crítica favorável ao seu Leaves of Grass, em 1856. Aqui vai a minha leitura, que me perdoem os puristas.

Quando ouvi, ao final do dia

Quando ouvi, ao final do dia, ecos de aplausos
ao meu nome, no Capitólio,
ainda assim não foi
feliz para mim, a noite que se seguiu;
E quando festejei ou quando os realizei os meus planos
mesmo assim, não fui feliz;
Só mais tarde, no dia em que me ergui, matinal e saudável
E inalei , renovado e cantando, o hálito maduro do Outono
Quando a lua cheia, a oeste, empalideceu e se desvaneceu à
luz da manhã,
Quando vagueei nu e me banhei na praia,
rindo com as águas frias, ao nascer do sol,
Quando pensei no meu querido amigo, o meu amado,
Quase a chegar,
Oh, então senti-me feliz;
Então, cada fôlego foi mais doce,
Cada pão mais suculento
Com a beleza do dia que passou
E o seguinte chegou com igual alegria –
e com o próximo,
pelo fim da tarde, o meu amigo;
Naquela noite, quanto tudo estava calmo,
ouvi o marulhar contínuo das águas
lentas sobre as margens,
Ouvi o seu sussurro nas areias,
como que ecoando o meu júbilo
Porque o meu amado repousava comigo sob a mesma
Colcha nocturna e fria
Na placidez do luar de outono, seu rosto inclinado
sobre mim,
Seu braço pousando-me leve sobre o peito,
– naquela noite, sim
eu fui feliz.

(agora, é só ler a poesia com a minha música favorita, aqui à esquerda)

2 comentários:

Anónimo disse...

Obrigado, amiga. Pela tua permanente compaixão por formas diferentes de amar.

Paideia disse...

Não sei que responder-te... amar é amar.
:)