Abandono escolar: transversalidades

De entre a investigação a que é possível aceder através de bases de dados internacionais - e existem dificuldades linguísticas com muita da excelente investigação europeia, designadamente dos países do norte da Europa - a investigação canadiana sobre o abandono escolar, sobretudo a proveniente do Quebec onde o problema é mais grave, é particularmente sistemática e exaustiva.
Aliás, a preocupação com este problema é de tal ordem que, em 2006, foram tomadas medidas extremas para evitar que os jovens abandonem a escola antes dos 18 anos de idade. Um dos mais recentes estudos, publicado em 2006 no European Journal of Psychology of Education, Vol. XXI. n°4, identificou subgrupos de estudantes de risco através de uma tipologia baseada em três contextos de abandono escolar: 1) o pessoal, 2) o familiar e 3) o escolar.
A equipa de investigação, liderada por Fortin, constituída ainda por Marcotte, Potvin, Royer e Joly, distinguiu, através da análise de clusters, um tratamento estatístico específico capaz de organizar grandes conjuntos de dados, quatro grandes grupos de abandono escolar: 1) O grupos dos comportamentos anti-sociais; 2) O grupo dos desinteressados pela escola; 3) O grupo das dificuldades de ajustamento escolar e social e ainda 4) o grupo depressivo.
Em suma, e considerando os contextos que referi atrás, o algoritmo do cluster confirma a importância dos problemas de comportamento e das dificuldades de aprendizagem e salienta a significância dos estados depressivos e do contexto familiar no abandono escolar precoce.