domingo, maio 20, 2007

Montesquieu entra na discussão sobre o riso

Aquilo que eu tinha a dizer sobre o riso, já disse em 1768: no meu entender, o princípio moral do riso consiste em fazer “cócegas no amor próprio.”
Gostaria de explicitar que por amor-próprio não entendo o amor de nós mesmos, esse interesse pessoal que faz com que cada indivíduo cuide da sua conservação, mas o movimento presunçoso que nasce da comparação orgulhosa e da vaidade.
Em boa verdade,

“O amor próprio só é retido em nós pela presença do julgamento, que se lhe impõe, e por essa atenção séria de que o homem sensato deve ter de prestar contas a si mesmo dos movimentos de sua alma. Então o nosso orgulho está em estado de constrangimento e embaraço. Ele sofre, ele observa-se, ele não ousa ainda expandir-se em liberdade; mas a alegria, vindo perturbar o equilíbrio da razão, rompe ao mesmo tempo todos os obstáculos do amor- próprio. O espírito levanta então voo e abandona-se a essa libertinagem desenfreada, a essa petulância vizinha do insulto que determina o riso.”

Comentário: A visão de Montesquieu parece dar razão à Sra. DREN: a anedota foi uma manifestação de petulância muito próxima do insulto. Francamente... Cócegas, hein?!?

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