A distribuição das crianças com necessidades educativas especiais por várias escolas, em função das suas características e necessidades é um bom princípio.
Em termos lógicos, uma escola com uma tipologia arquitectónica plana deveria acolher jovens com dificuldades motoras, os meninos cegos e surdos deveriam concentrar-se por deficiência, numa escola, no sentido de lhes serem postos à disposição os equipamentos que facilitam a sua escolaridade. Além disso, e sobretudo no caso dos surdos que têm de recorrer à linguagem gestual, agrupá-los seria uma oportunidade de terem mais colegas com quem conversar e de não se sentirem tão isolados, como habitualmente tende a acontecer.
A distribuição equitativa e por especialidades facilitaria, quer em termos de organização, quer a integração destes meninos. Uma excessiva concentração numa só escola não é bom para eles, porque os recursos humanos não são suficientes para colmatar a falta de autonomia de diversas categorias. Numa escola em que há muitos meninos de ensino especial com alterações da área comportamental, designadamente na socialização, a aclimatação e o enquadramento destes meninos acaba por não ser feito com os necessários cuidados, daí resultando mais problemas que normalmente tendem a acabar em intervenções de carácter disciplinar ou em repetências, quando os níveis de ansiedade, de agressividade, de depressão ou de isolamento social atingem proporções altamente prejudiciais a um bom ajustamento destas crianças.
sábado, maio 19, 2007
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5 comentários:
Desde que não criem as escolas dos surdos, dos cegos, dos autistas e dos outros vários síndromes...
Mas, meu caro JMA, não há surdos para encher uma escola, assim como não há cegos para encher uma escola, do mesmo modo que não há autistas para encher uma escola, não é? Mesmo contando com a categoria das dificuldades de aprendizagem, que constituem a maior fatia das nee, a percentagem de crianças com necessidades educativas especiais PERMANENTES não ultrapassa, de um modo geral os 15-17% da população escolar, não é?
É. E o meu comentário tinha algo de irónico. Mas mesmo quando estou (ideologicamente) próximo do poder tendo a assumir uma dúvida (às vezes radical(izada).
Pronto, já sei que não seria possível na versão pura. Mas a notícia não me permite aferir da completa bondade da medida. Devo ainda dizer que defendo um claro reforço dos cuidados educativos a muitos alunos 'especiais' que andam a naufragar nas nossas escolas....
Matias Alves, eu não estou próxima do poder, aliás, quando ele se aproxima de mim, acontecem coisas como a que se deu quando me chamaram a desempenhar funções de directora de serviços no GAVE: há sempre um impedimento ético; comentei que o princípio é bom, seja quem for que o leve à prática. Estamos contudo num terreno de especial sensibilidade em que uma regra precisa, a qualquer momento, de se tornar uma excepção e uma solução boa hoje pode ter que ser ajustada dentro de 2 anos. Aqui, o que deve prevalecer é o princípio da contingência.
O Matias Alves é que é Mestre em Administração, saberá, por isso, melhor que eu, das questões relacionadas com a racionalização dos recursos. A minha área é a orientação da aprendizagem.
Quanto à dúvida metódica, é um princípio do pensamento crítico.
Até breve.
emSinto e sei que concordo consigo/contigo. (e a minha proximidade é mais simbólica do que outra coisa....)
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