sábado, abril 14, 2007

Um espécie de complexo de Peter Pan (continuação do post anterior)

Temos assim, que as críticas ao novo estatuto do aluno vão em vários sentidos:


  • As novidades não são assim tantas: a distinção entre as medidas mantém-se.

    Mas há alguém que tenha propostas concretas para uma nova tipificação de medidas? Porque não as apresenta?

  • Mais trabalho para os professores porque têm de fazer exames
Não sei se é estrategicamente assisado fazer esta crítica com tanta gente desempregada. Mas considero que a medida tem um efeito dissuasor na falta de assiduidade; também ainda não li nenhuma proposta alternativa.
  • Não há um reconhecimento de que, de facto, os procedimentos são simplificados

E neste caso é necessário salientar que o aligeiramento dos procedimentos, sobretudo no que diz respeito à intervenção dos Presidentes dos Conselhos Executivos/Directivos, já previstos na Lei 30/2002 não foi cabalmente aproveitado, porque muitos desses Presidentes se recusavam a utilizar a prerrogativa e obrigavam os Conselhos de turma a percorrer o caminho mais difícil, atolando-os am burocracia.

  • É desvalorizada uma maior responsabilização das famílias

Esta desvalorização é feita por aqueles que entendem que se poderia ter ido mais longe, adoptando medidas idênticas às já adoptadas noutros países, designadamente no que diz respeito a suspensão de subsídios e outros.

Pessoalmente, nesta matéria, considero que ainda não esgotámos possibilidades intermédias, isto é, ainda continuamos a viver num voo de Peter Pan, numa aeronave sem motor, alimentada por falsas ilusões de direitos adquiridos por uma assimilação errada das liberdades de Abril, misturadas com a "democracia do sucesso" dos anos 80. Começamos a cair na realidade e a ficar muito amachucados, é natural que reajamos com pânico. Ora temos que ter em conta que a escolaridade da nossa população é baixíssima e que isso tem custos muito elevados. Nesta ponderação, em vez de partirmos já para soluções mais radicais, aos meninos que faltam a própria escola pode retirar-lhes algumas regalias e agir. Na verdade há, regra geral, uma demissão do exercício da autoridade, há uma reacção epidérmica a palavras como autoridade e outras. Mas queremos que sejam os outros a exercê-la; quando nos cabe o dever de o fazer, encolhemo-nos pusilânimes.





Ora, os professores têm de demonstrar que são capazes de pensar criticamente; caso contrário, cria-se um fenómeno de entropia e quando este ministério actua, o povo já sabe que os professores vão dizer mal. Vale a pena assim?

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