domingo, abril 15, 2007

Farpas em português do mais caceteiro

(ficas aqui mesmo bem RAP, desculpa lá)

Uma farpa (do germânico * harpa), é uma ponta metálica perfurante, em forma de ângulo agudo, que não sai com facilidade do corpo em que se introduz. Portanto, o objectivo é magoar, ferir. Pode ser mais à espanhola: bandarilha, ou mais clássica, como o dardo ou a seta. Se o fim é claro, o meio pode ser mais ou menos elaborado e os farpistas de serviço dão ao povo aquilo que entendem que ele merece.
Vem tudo isto a propósito da prestação do cronista Pulido Valente que, depois de descrever brevemente o percurso de um político que, segundo ele, foi trotskista, se apaixonou pelo MES, votou em Otelo, fez campanha por Maria de Lurdes Pintassilgo e na candidatura de Manuel Alegre a secretário-geral de um partido, conclui com uma lógica irrepreensível, que "este pequeno currículo revela um pouco de que é feita e como funciona" a cabeça do dito político.
Mas revela como? Quais são as premissas? E as conclusões? Em que é que Maria de Lurdes Pintassilgo se relaciona com a lei da imprensa? Em que é que Manuel Alegre se opôe a que os jornalistas só respondam perante a lei civil? Em que é que o ucraniano Leon Trotsky se relaciona com os anteriores? Em que medida é que os ucranianos se relacionam com a candidatura de OSC? Já não me apetece encaixar o MES, já que tanta gente nele entrou e saiu naturalmente, como uma fruta da época.
O grau ZERO do pensamento crítico.

Sem comentários: