Portugueses defendem reforço de medidas contra violência nas escolas
Numa consulta realizada recentemente, o Barómetro DN/TSF/Marktest revela que a maioria dos portugueses concorda com o reforço de medidas contra a violência e a indisciplina nas escolas.
A luta contra estes dois fenómenos é, portanto, uma questão de senso comum. O Jornal o Público voltou a publicar um texto meu sobre a matéria (em 5 de Abril último).
O Professor Daniel Sampaio já procurou clarificar os conceitos de disciplina e de violência, estabelecer diferenças em matéria de intervenção. Todavia penso que no seu texto não ficaram bem claras as diferenças entre as causas de uma e de outra.
As causas da violência são fundamentalmente de natureza extrínseca à Escola e por isso os fenómenos de violência verificam-se sobretudo em escolas situadas em zonas degradadas.
A indisciplina prende-se fundamentalmente com factores que têm a ver com a própria Escola, nos seus processos organizativos, na forma como a Escola lida com as famílias e a comunidade, na coerência dos princípios reguladores e operacionalização dos procedimentos de intervenção.
Como me dizia, no outro dia, uma aluna do 6º. F, "na nossa escola, os professores têm medo dos pais". Esta é uma forma sintética e clara de expressar um sentimento de impunidade que percorre os actos dos alunos. E este sentimento é, mais uma vez, um problema interno.
O que acontece, de um modo geral, é que a indisciplina, sendo independente do meio social em que a escola se enquadra, acaba por suscitar os actos de violência, por abrir os espaços favoráveis à sua ocorrência. Aqui, também há um elemento comum às duas: o sentimento de impunidade.
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