domingo, setembro 23, 2007

... E a D. Gramática, essa maçadora?!?

A investigação no ensino da gramática continua a debater o modo de ensinar a gramática na aula de língua estrangeira, sem que se tenha chegado a um consenso sobre o modelo pedagógico mais adequado.

Aos professores de língua estrangeira impõe-se então a tarefa de descobrir novas formas de ensinar a gramática aos seus alunos, de forma a identificarem as estratégias mais eficazes de ensino da gramática.
Será que as estruturas mais complexas da língua estrangeira devem ser ensinadas explicitamente?
Ou será que os alunos devem aprendê-las de forma indutiva?
Os alunos reagem positivamente quando os estimulamos a formular hipóteses sobre as estruturas gramaticais?
Do meu ponto de vista, a metodologia mista é a mais indicada e acaba mesmo por se tornar inevitável.
Se, por um lado, qualquer professor tem o desejo de criar um ambiente de aula em que a aprendizagem pareça mais natural, por outro lado, a urgência do cumprimento dos programas reduz o tempo de prática da LE, o que limita as estratégias indutivas.
Mais ainda, os estilos de aprendizagem dos alunos impõem a adopção de estratégias diversificadas: uns precisam de perceber explicitamente o funcionamento da língua, outros, sobretudo os que mais facilmente transferem conhecimentos, gostam de formular hipóteses sobre o seu funcionamento e para estes as explicações gramaticais tornam-se maçadoras.
Uma didáctica mista da gramática, que articule a prática estrutural, o método indutivo e o conhecimento explícito parece-me a abordagem que articula melhores resultados com uma aprendizagem mais activa da língua estrangeira, uma maior adesão e uma resposta mais positiva dos alunos ao ensino da gramática.

1 comentário:

Anónimo disse...

Concordo absolutamente! um método misto é sobretudo importante devido à diversidade de estilos de aprendizagem que encerra uma qualquer sala de aula. Recordando a forma como eu própria fui aprendendo acredito que o fiz sempre de forma intuitiva, sem necessidade de grande regras, e o que é facto é que foram sempre muito fáceis para mim as linguas estrangeiras. No entanto ao observar os meus alunos sobretuo de Inglês, reparo que alguns necessitam de regras e de conhecimento explícito. A mesma diferença constatei em relação a dois dos meus filhos, com idades muito próximas e estímulos extra-escola muito semelhantes: um, mais dados a tudo o que é racional e lógico, só se sentia "seguro" depois de compreender a regra; o outro, muito masi intuitivo e naturalmente começou a utilizar estruturas, por vezes até complexas, sem consciência de que as estava a usar. É esta a riqueza, mas também a dificuldade de ensinar miúdos tão diferentes!