quinta-feira, setembro 27, 2007

Da auto-regulação

Por auto-regulação entende-se o esforço sistemático, que inclui aspectos cognitivos e volitivos, para atingir um dado objectivo.
As teorias da auto-regulação começaram em contexto terapêutico, acabaram extravasando para outras áreas, designadamente a da educação.
Quando nos propomos uma determinado objectivo, 1) estabelecemos uma meta e delineamos uma estratégia, 2) definimos os procedimentos de controlo, 3) avaliamos os progressos e 4) fazemos os ajustamentos que entendemos necessários.
Podemos então ajudar os nossos alunos a aprenderem a ser eficazes, adquirindo competências de auto-regulação.
A definição de objectivos pessoais aumenta a motivação, melhora a aprendizagem, produz efeitos positivos na percepção de auto-eficácia.
Para iniciar, será necessário conseguirmos que os alunos entendam a importância dos objectivos que definiram para si próprios, já que estes vão constituir uma motivação para o esforço e a persistência necessários.
Definir objectivos dirige a atenção para as tarefas mais relevantes, para os comportamentos desejados, para as estratégias apropriadas, a monitorização dos progressos, no sentido de corrigir trajectórias para alcançar os resultados desejados.
O problema que se coloca com muita frequência relaciona-se com a percepção que os professores têm de que alguns alunos nos chegam com défices de tal ordem e das mais diversas naturezas, que os influenciarmos a definir muitos objectivos de cada vez. O resultado é que, sendo o esforço muito grande, a atenção dispersa-se, a monitorização torna-se pouco sistemática e os reajustamentos necessários são mal avaliados e difíceis de realizar em simultâneo.
É contudo frequente que os objectivos a atingir estejam relacionados, pelo que o melhor que temos a fazer é ajudar os alunos a identificar quais os objectivos essenciais e mais próximos, e por proximidade entenda-se uma dupla de peso: a urgência e o grau de dificuldade. Escolhamos dois para começar, como, por exemplo: manter o caderno em ordem e fazer os trabalhos de casa, depois, estabeleçamos com eles prazos de avaliação, procedamos à monitorização dos progressos e decidamos com eles se é necessário manter esses objectivos ou passar ao patamar seguinte.

Que é como quem diz: um pequeno passo para a eficácia, um grande passo para a autonomia.

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