Em torno do conceito de comunidade (II)
Começo por examinar o conceito de comunidade com a definição de Bellah, Madsen, Sullivan, Swidler & Tipton, de 1985:
Um grupo de pessoas socialmente interdependentes, que participam numa discussão ou numa tomada de decisão, partilhando certas práticas que definem e são mantidas pela comunidade. O processo de formação é lento, tem uma história e por isso é também uma comunidade de memórias, em parte definida pelo seu passado e a sua memória do passado.
Esta definição salienta várias características comuns a um grupo de pessoas que assumem uma relação de interdependência, articulada ou justificada, pela existência de tarefas e objectivos partilhados, que implicam práticas e, naturalmente artefactos, em que todos estes componentes contribuem para uma história, uma cultura e uma identidade.
Este sentimento de identidade surge realçado na definição de McMillan & Chavis, de 1986:
Um sentimento de pertença, um sentimento de que os membros são importantes uns para os outros e para o grupo, uma crença de que as necessidades serão satisfeitas através de compromissos mutuamente assumidos.
Posteriormente, Selznik, em 1996, identificou como elementos de uma comunidade a história comum, a reciprocidade, a pluralidade, a autonomia, a participação e a integração.
Schwier, baseando-se em Wenger, associou-lhe o conceito de futuro e, já num contexto de comunidades virtuais de aprendizagem adicionou a tecnologia, que facilita o desenvolvimento da comunidade, mas também pode inibir o seu crescimento, e a aprendizagem “no seu sentido amplo e contextual”, o décimo elemento central das comunidades de prática.
Analisemos cada um destes elementos:
A história e a cultura partilhadas reforçam os laços de uma comunidade; para construir essa história numa comunidade virtual, há que incorporar e divulgar as acções dos participantes, o seu contexto e os valores e transformar o conhecimento tácito em conhecimento explícito, para que este seja partilhado por todos.
A identidade de uma comunidade constrói-se em torno de objectivos, regras, ritos, actividades, leituras, reflexões e experiências comuns, que necessitam de ser frequentemente reiterados, quer através da estrutura curricular, quer através da orientação do professor.
A componente mutualidade fundamenta-se na decisão sobre os objectivos comuns e emerge no momento de definição das regras, em que todos devem estar envolvidos, garantindo o espaço para a dissensão e a reciprocidade, que envolve interacção igualitária, isto é, os benefícios são mútuos, mas as perspectivas podem ser diferentes.
Uma outra componente é a pluralidade – as comunidades que estimulam a participação e a associação a pessoas ou grupos relacionados com os seus objectivos são comunidade mais vivas; a pluralidade desenvolve-se através da concepção de ambientes de aprendizagem complexos, que recorrem a diferentes soluções e considerações para a resolução dos problemas; as comunidades reforçam-se no respeito e na protecção da autonomia e identidade individual, o que, em termos de concepção e execução de um currículo escolar implica o estímulo da expressão individual, o estabelecimento de regras de comunicação e a definição de como a discordância, a disputa ou mesmo os comportamentos inadequados devem ser geridos.
O elemento futuro, associado por Wenger, em 1998, prende-se com a abertura de trajectórias de participação e de compromisso e pode ser desenvolvido, perspectivando a forma como os participantes vão utilizar, no futuro, o que aprenderam na comunidade.
Um grupo de pessoas socialmente interdependentes, que participam numa discussão ou numa tomada de decisão, partilhando certas práticas que definem e são mantidas pela comunidade. O processo de formação é lento, tem uma história e por isso é também uma comunidade de memórias, em parte definida pelo seu passado e a sua memória do passado.
Esta definição salienta várias características comuns a um grupo de pessoas que assumem uma relação de interdependência, articulada ou justificada, pela existência de tarefas e objectivos partilhados, que implicam práticas e, naturalmente artefactos, em que todos estes componentes contribuem para uma história, uma cultura e uma identidade.
Este sentimento de identidade surge realçado na definição de McMillan & Chavis, de 1986:
Um sentimento de pertença, um sentimento de que os membros são importantes uns para os outros e para o grupo, uma crença de que as necessidades serão satisfeitas através de compromissos mutuamente assumidos.
Posteriormente, Selznik, em 1996, identificou como elementos de uma comunidade a história comum, a reciprocidade, a pluralidade, a autonomia, a participação e a integração.
Schwier, baseando-se em Wenger, associou-lhe o conceito de futuro e, já num contexto de comunidades virtuais de aprendizagem adicionou a tecnologia, que facilita o desenvolvimento da comunidade, mas também pode inibir o seu crescimento, e a aprendizagem “no seu sentido amplo e contextual”, o décimo elemento central das comunidades de prática.
Analisemos cada um destes elementos:
A história e a cultura partilhadas reforçam os laços de uma comunidade; para construir essa história numa comunidade virtual, há que incorporar e divulgar as acções dos participantes, o seu contexto e os valores e transformar o conhecimento tácito em conhecimento explícito, para que este seja partilhado por todos.
A identidade de uma comunidade constrói-se em torno de objectivos, regras, ritos, actividades, leituras, reflexões e experiências comuns, que necessitam de ser frequentemente reiterados, quer através da estrutura curricular, quer através da orientação do professor.
A componente mutualidade fundamenta-se na decisão sobre os objectivos comuns e emerge no momento de definição das regras, em que todos devem estar envolvidos, garantindo o espaço para a dissensão e a reciprocidade, que envolve interacção igualitária, isto é, os benefícios são mútuos, mas as perspectivas podem ser diferentes.
Uma outra componente é a pluralidade – as comunidades que estimulam a participação e a associação a pessoas ou grupos relacionados com os seus objectivos são comunidade mais vivas; a pluralidade desenvolve-se através da concepção de ambientes de aprendizagem complexos, que recorrem a diferentes soluções e considerações para a resolução dos problemas; as comunidades reforçam-se no respeito e na protecção da autonomia e identidade individual, o que, em termos de concepção e execução de um currículo escolar implica o estímulo da expressão individual, o estabelecimento de regras de comunicação e a definição de como a discordância, a disputa ou mesmo os comportamentos inadequados devem ser geridos.
O elemento futuro, associado por Wenger, em 1998, prende-se com a abertura de trajectórias de participação e de compromisso e pode ser desenvolvido, perspectivando a forma como os participantes vão utilizar, no futuro, o que aprenderam na comunidade.
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