segunda-feira, setembro 24, 2007

Estou de regresso ao tema da reflexividade docente





Das diversas tentativas de definição da reflexividade docente, a contribuição de Liston & Zeichner (1990) mobilizou-me por me parecer razoavelmente adequada e completa, na medida em que contém elementos que me parecem essenciais:




- As reflexões e as acções dos professores têm se virar, quer para dentro, quer para fora da profissão.

- A literatura da formação de professores comprova a importância da compreensão dos contextos sociais e políticos mais amplos.

- A crítica das práticas não é suficiente. A crítica social, as questões institucionais e a mudança social devem estar presentes na reflexão docente.

- A reflexão é uma actividade eminentemente colaborativa.

- A formação de professores tem de ser encarada como uma forma de pesquisa, de acção estratégica aberta a uma crítica e a uma revisão contínuas.

Em suma, a reflexão crítica não se confina aos aspectos técnicos de uma experiência, mas tem de incluir as dimensões ética e política do exercício da profissão.

Existem contudo muitas limitações à reflexividade docente, designadamente as que se relacionam com os sentimentos de vulnerabilidade associados à exposição pública, e todas as questões epistemologicamente enquadradas pela perspectiva da melhoria das práticas, através do reconhecimento das variáveis de natureza social e política que influem na escola e na sala de aula, como espaços de socialização e de aprendizagem.

No que diz respeito à articulação dos modelos de reflexividade docente com o modelo de desenvolvimento do pensamento crítico, entendo que as tarefas de auto-regulação e auto-controlo que integram o pensamento crítico, se enquadram nas de reflexividade crítica e de uma ética profissional.

Uma questão é, todavia, crítica: para criarem oportunidades de aprendizagem motivadoras para os seus alunos, é necessário que os professores tenham eles próprios entusiasmo pela sua profissão, acreditem no que estão a fazer e que encontrem nas lideranças atitudes mobilizadoras que os façam acreditar na importância e na validade do seu trabalho.

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