Que balanço fazer da mobilização da greve geral?
Independentemente da guerra dos números e do contar de espingardas, parece-me que, a priori, os trabalhadores ficam sempre a perder: a situação precária em termos laborais induz reacções de defesa, ou de medo, ou de contenção difíceis de medir.
Considerando que as mulheres são sempre mais susceptíveis às pressões do patronato ou das chefias, na Administração Pública, que muitos trabalhadores estão sob a pressão de perderem os seus empregos, que os mais jovens são os mais sujeitos à precariedade, que uma boa fatia da Administração Pública está a recibo verde e que outros tantos têm dificuldades financeiras de tal monta, que nem se podem dar ao luxo de perder o dinheiro de um dia de greve, e que outros tantos, embora com uma situação mais estável, ao fazerem o balanço de todas estas perdas, consideram que nem vale a pena fazer greve, já que, a fazê-la, serão uma ínfima parte do cômputo geral, podemos fazer uma ideia das perdas que todas estas condições ocasionam.
Por outro lado, parece-me que, em termos sindicais, de organização e de estratégia sindical, novas formas de luta se impõem. Não sendo particularmente versada nisto, não sou capaz de conceber quais poderão ser as mais adequadas e politicamente mais rentáveis para os trabalhadores. Sinto que, neste aspecto, precisamos de novos paradigmas organizativos. A falência da eficácia sindical parece-me em tudo idêntica à falência dos partidos em gerarem novas dinâmicas de intervenção social. Será que a solução passa por outras formas de organização da sociedade civil? E quais?
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