domingo, novembro 11, 2007


analIsar o erro


Às vezes damos com erros que os nossos alunos cometem nos testes, cuja origem não conseguimos compreender. Damos voltas à cabeça para entender a razão e formular assim uma hipótese que será sempre provisória.
O meu colega Júlio comentava comigo aquela nova de eles conjugarem o verbo to be na terceira pessoa, numa fórmula algo idêntica a, por exemplo, Peter I’s (pronto, computador, tu também estranhas eu sei, mas deixa-te lá de risquinhos vermelhos, que aqui, quem faz os risquinhos vermelhos somos nós…).
Uma questão que tem quebrado a cabeça à investigação é a da influência da língua materna sobre a segunda língua: falta-nos uma metodologia suficientemente estável e convincente, nos seus princípios essenciais, uma investigação rigorosa dos três tipos de efeitos da L1 e uma lista de variáveis externas idealmente controladas, tais como a idade, o tempo de aprendizagem da L2, o tipo de tarefa, embora nenhuma destas variáveis tenha efeitos tão consistentes como o pano de fundo da língua materna, a influenciar escolhas vocabulares, padrões sintácticos e outros.
Cá para mim, esta rejeição inicial do I, um I maiúsculo que se afirma na sua importante independência maiusculante (perdoe-se me o neologismo atordoado) prende-se com a falta de uma correspondência, em importância, de uma vogal isolada em Português. Todas as vogais isoladas em Português não passam de categorias menores, como uns obscuros determinantes e umas minúsculas conjunções.
Aquele I maiúsculo e solitário tem de ser assumido, como um grande I desenhado no peito a assumir-se inteiro, como pessoa primeira na minha lista de opções: I. (no período das operações mentais concretas, com o indicadorzinho a ajudar, não se esqueçam...)

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