sábado, novembro 17, 2007


Da impulsividade

O B. é um rapaz muito impulsivo e que tem necessidade de gratificação imediata.
Acontece que o B. já tem uma repetência no 5º. Ano. Age sem pensar, precisa de gratificação imediata, tolera mal a frustração.
É natural que estejamos, tanto os professores como a família, preocupados com o seu futuro escolar próximo e tenhamos tido de concertar algumas estratégias para proporcionar ao B. um ambiente exigente, mas afectuoso, com objectivos de comportamento e de organização bem claros e monitorizáveis.
Na verdade, a impulsividade é a dimensão mais crítica da personalidade, em termos de comportamento anti-social.
Existem vários conceitos relacionados com uma baixa capacidade para controlar os comportamentos, tais como a impulsividade, a hiperactividade, a agitação, todos eles de algum modo relacionados com uma fraca capacidade para planear, um baixo auto-controlo, uma necessidade de gratificação imediata.
Os estudos sobre a hiperactividade e a falta de concentração entre os 11 e os 13 anos têm globalmente concluído que tais características estão associadas a actos de violência até aos 22 anos, particularmente nos rapazes com complicações peri-natais.
No estudo de Klinteberg, Andersson, Magnusson, & Stattin, 1993 os meninos de 8-10 que os professores, pais ou pares haviam considerado agitados e desconcentrados e que revelaram maiores níveis de impulsividade nos testes psicomotores tendiam a ter mais problemas com a polícia na idade adulta, um maior número de situações de delinquência, um maior número de condenações.
Identicamente, Farrington,Loeber & van Kammen (1990) concluíram que a hiperactividade está associada à delinquência juvenil, independentemente de outros factores de comportamento.
A investigação mais vasta sobre formas diferentes de medir a impulsividade foi conduzida por White et al. (1994), em que se concluiu que as associações mais elevadas a casos de delinquência eram os casos de impulsividade, de baixo autocontrolo, de agitação motora e de impulsividade psicomotora, relatados por professores e pelos próprios.

Os testes verbais da avaliação do comportamento produziram associações mais fortes com a agressão que os testes de desempenho psicomotor, sugerindo que a impulsividade cognitiva é mais relevante que a impulsividade motora.

Vários outros estudos confirmam que a impulsividade é um factor com risco elevado na delinquência juvenil e com incidência muito negativa no sucesso escolar.

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