Que factores que influenciam o sucesso na aprendizagem da língua estrangeira?
O estudo das dificuldades de aprendizagem na língua estrangeira tem explorado fundamentalmente a influência de variáveis cognitivas como a inteligência geral e a inteligência verbal, de variáveis afectivas tais como a motivação, o auto-conceito, a personalidade, de variáveis demográficas, ou ainda as estratégias e estilos de aprendizagem.
Nos últimos anos, a investigação tem dado particular importância à relação entre as competências na língua materna e na língua estrangeira.
Em que medida é que as competências orais e ou de escrita, tais como de ortografia, de leitura, de compreensão oral na língua materna influenciam o sucesso na aprendizagem da língua estrangeira?
Durante mais de uma década, Sparks & Ganschow têm afirmado que existe uma forte relação entre a aprendizagem da língua materna e da língua estrangeira e que as competências fonológicas, ortográficas, sintácticas e semânticas na língua materna são importantes no sucesso na aprendizagem da língua estrangeira.
De acordo com estes investigadores, tanto a aprendizagem da língua materna como a aprendizagem da língua estrangeira dependem de mecanismos básicos de aprendizagem, pelo que a existência de problemas de aprendizagem na língua materna vão repercutir-se na aprendizagem da língua estrangeira.
De um modo geral, a investigação mais recente considera que a literacia na língua materna é um bom pré-requisito (Dufva & Voeten, 1999), e que a capacidade de reflectir e conceptualizar os sons da língua materna está relacionada com a leitura e compreensão na língua estrangeira (Geva, 2000).
Cummins refere-se a uma competência linguística e de transferência de capacidades e são vários os investigadores que encontraram relações idênticas na velocidade da leitura, independentemente da língua materna (o hebreu, o italiano, o holandês, entre outros) dos sujeitos dos seus estudos.
A investigação mais extensa continua contudo a ser a de Ganschow & Sparks, pontualmente acompanhados de outros, que, durante mais de 15 anos têm estudado as relações entre as capacidades de aprendizagem da língua materna e da língua estrangeira, tendo concluído que as componentes ortográfica e fonológica são particularmente relevantes, tais como a memória fonológica, o reconhecimento de palavras.
A investigação em linguística comparativa tem assim, e particularmente nos últimos quinze anos, encontrado relações entre as tarefas fonológico-ortográficas na aprendizagem da língua nativa e da língua estrangeira.
domingo, novembro 25, 2007
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