quinta-feira, novembro 01, 2007

Uma semana para rever uma tese de mestrado sobre os computadores na educação


A investigação em educação e tecnologias tem passado por vários estádios, centrando-se de início nos conteúdos, depois no formato da mensagem e, mais recentemente, na questão da interacção, sendo esta considerada na suas diversas dimensões.
Uma perspectiva simultaneamente diacrónica e sincrónica da investigação em educação e tecnologias permite concluir que:

1) A tendência do campo sofreu a influência da evolução das teorias da aprendizagem, assim como do desenvolvimento tecnológico;

2) Sobretudo a partir de meados dos anos 90, notou-se uma clara evolução da conceptualização do ensino para a conceptualização dos ambientes de aprendizagem;

3) A introdução dos computadores no ensino tem efeitos positivos na aprendizagem, mas esses efeitos variam consideravelmente;

4) A aprendizagem depende muito mais da actividade do estudante do que da
quantidade das oportunidades de processamento da informação disponibilizadas pelo ambiente.Isto é, o sucesso da utilização dos computadores no ensino depende, mais do que da forma como a informação é apresentada, da forma como os estudantes são estimulados a explorar o ambiente e a apropriar-se das ferramentas e do conhecimento.

Voltamos pois ao pensamento de Vygotsky, que valoriza também a centralidade da construção activa do conhecimento, como se depreende da sua afirmação a propósito do discurso egocêntrico.

Actividade e prática – eis os novos conceitos que nos permitem encarar a função do discurso egocêntrico numa nova perspectiva, na sua complexidade… Mas verificámos como o discurso egocêntrico da criança está relacionado com a actividade prática e com o seu pensamento, entidades que operam na sua mente e a influenciam. Por entidades, queremos dizer o real, não uma realidade reflectida passivamente na percepção ou apreendida de forma abstracta. É a realidade que encontramos na prática (1987, pp. 78-79)

É a esta complementaridade que Lawrence & Valsiner aludem, quando se referem a uma criança activa num ambiente activo e de uma terceira componente, não menos despicienda – a cultural – que enquadra as outras duas.

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