A investigação combinatória
A investigação combinatória articula, nas suas diversas fases, metodologias qualitativas e quantitativas. A opção por este tipo de investigação não é, geralmente, de natureza ontológica que, em princípio e em termos práticos, não tem grande impacto nas decisões sobre a forma de conduzir uma investigação, mas porque o paradigma pode ser o mais adequado, em função das condições e dos objectivos da investigação e ainda do estado do conhecimento.
Faz sentido adoptar por uma investigação mista quando é necessária uma estratégia de contingência e um método prático baseado na acção e nos resultados.
Filosoficamente, a investigação mista é pragmática e a sua lógica inclui a indução como meio de descoberta de padrões, a dedução, através da verificação de teorias e hipóteses e a abdução, na destrinça das explicações que melhor decifram os resultados, num conjunto de explicações possíveis, na procura de legitimar formas múltiplas de responder às perguntas de investigação, abrindo espaço a uma pesquisa criativa, plural e complementar.
Se a questão fundamental é a pergunta de investigação, então as metodologias devem adaptar-se-lhe, de modo a obter as respostas mais úteis. Muitas das questões de investigação são abordadas de forma mais completa através de uma pesquisa mista. A eficácia da combinação resulta de uma consideração das características relevantes de cada um dos modelos.
Se o investigador procura compreender a natureza, as vantagens e as desvantagens de cada um dos métodos, estará em condições de recolher os mais diversos dados, através de estratégias múltiplas, de que pode resultar uma combinação de vantagens complementares.
A abordagem mista não está, todavia, isenta de problemas e de dificuldades metodológicas da mais diversa ordem mas, se for possível corroborar os factos através de diferentes métodos, maior será a confiança nos resultados. Se, por outro lado, os resultados não condizem, o investigador pode modificar as suas interpretações. Na maioria das situações, mais do que corroborar dados, o investigador pretende conhecer melhor o problema, nas suas múltiplas facetas.
Mertens, D. M. (2003). Mixed methods and the politics of human research: The transformative-emancipatory perspective. In A. Tashakkori & C. Teddlie (Eds.), Handbook of mixed methods in social and behavioural research (pp. 135–164). Thousand Oaks, CA: Sage.
Tashakkori, A. & Teddlie, C. (2003). Handbook of mixed methods in the social and behavioral research. Thousand, CA: Sage.
sábado, março 22, 2008
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3 comentários:
Tenho o livrinho (aquele de que divulgas a capa) na cabeceira (junto com mais uns quantos...). Um destes dias temos de voltar a tomar um café... temático :)
Beijinhos e Boa Páscoa!
Pois, este comprou a Guilhermina para Psi, quando eu estava a fazer o doutoramento, mas penso que há 1 mais recente: o Tashakkori disse-me que sairia em 2006.
o meu é de 2002... e foi adquirido recentemente... na Amazon não encontrei mais recente que este... talvez tenham adiado... :)
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