quarta-feira, dezembro 12, 2007


Bacharéis e futricas, parte II


Rindermann é um investigador alemão que efectuou um estudo exaustivo, em que evidencia as diferenças sistemáticas entre os resultados de avaliações internacionais como o PISA e em que correlaciona a distribuição geográfica dessas diferenças com a distribuição da inteligência média da população de cada país.

O investigador conclui então que a consistência entre os resultados dos testes internacionais e a inteligência média dos cidadãos dos respectivos países é um indicador de competências cognitivas ao nível macro.

Esta conclusão não é despicienda, já que as correlações aos diferentes níveis de análise - individual e nacional - podem ser muito diferentes e as conclusões de Rindermann têm implicações políticas significativas, no caso de os resultados do seu estudo virem a ser interpretados como diferenças imutáveis entre países, decorrentes da superioridade inata dos cidadãos de alguns países em relação a outros.

De facto, as conclusões de Rindermann parecem ser excessivamente simplistas e, por isso, cientificamente refutáveis, por não considerarem as diferenças individuais.

Mas como se vê, um estudo correlacional incorrectamente utilizado pode estabelecer as mais discutíveis - e alegadamente inocentes - relações de associação.

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