quinta-feira, novembro 16, 2006


Frescura e patine
O poema que o Jorge me dedicou o ano passado e pendurou no pátio, está a acusar as marcas do Sol, do vento e da chuva. Há letras que estão um tanto sumidas. Ele quer reavivá-las, eu prefiro que ele o deixe assim, com umas letras meio gastas. É como o nosso amor: trinta e quatro anos de vida em comum, de alegrias, tristezas, ausência e saudade, saúde, doença e cartas de amor deixaram no nosso amor uma patine, feita de muito carinho, partilha, compreensão e dois filhos muito amados, mas, no essencial mantém a frescura de quando ele começou a cortejar-me e me desmanchava as fitinhas de veludo com que eu prendia o meu cabelo ainda forte. Começámos a namorar no dia em que Salazar morreu. Na natureza tudo se transforma.

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