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quinta-feira, março 27, 2008

A frase do Público




"Pelo que vi nas imagens, tudo aponta para que se trate de um caso de indisciplina escolar e, como tal, da responsabilidade do Ministério da Educação".
Pinto Nogueira, procurador distrital do Porto, "Diário de Notícias", 27-03-2008


Pelos vistos, há um problema de visão na Procuradoria do Porto. Primeiro, o futebol, agora a educação. Além de indisciplina, há violência física, obstrução à saída da professora da aula.

Será necessária no Porto uma Maria José Morgado para a Educação? Esta aparente tendência para virar a cara para o lado e assobiar distraidamente começa a ser endémica.

terça-feira, março 25, 2008

Estou absolutamente contra o meu amigo João Pinto e Castro (e por isso lhe dou nota negativa):é este de cabelo branco e gravata escura, carregadinho de inveja dos ditos, que precisava que eu lhe lembrasse alguns pormenores de há uns 30 anos atrás...

O flagelo da adolescência
25 Março 2008 | por João Pinto e Castro
Não se percebe como é que sociedades pretensamente civilizadas persistem em contemporizar com esse costume bárbaro que dá pelo no nome de adolescência.

Durante esse período de transição, crianças adoráveis soltam-se dos colos das mães, largam os jogos inocentes e transformam-se subitamente em selvagens intratáveis que ganham acne, caspa e má educação. Repudiam os papás, os vóvós e os titios que os levavam aos desenhos animados, ao rinque de patinagem e ao jardim zoológico, e passam a acamaradar com gangues de desordeiros que escorropicham cervejolas e fumam ganzas pelas esquinas.

Todos, sem excepção, se transformam em deliquentes juvenis. Os mais cordatos atêm-se à fornicação descontrolada, os outros insultam os velhinhos que os empatam na bicha do Multibanco, roubam os telemóveis aos professores, empenham as pratas da família para comprar o produto, aceleram nos sinais vermelhos, espacam membros isolados de claques rivais, arremessam garrafas de Coca-Cola sobre a plateia do cinema, picham as carruagens do Metro, organizam corridas de mota em jardins repletos de crianças, furam os pneus à vizinhança, fogem das bombas de gasolina sem pagar ou criam blogues anónimos onde podem escrever ordinarices à vontade e postar videos que mostram as namoradas a fazer strip-tease ao som do “é o bicho, é o bicho”.

Leis utópicas (para não dizer totalitárias) forçam estes energúmenos a frequentarem escolas públicas onde são obrigados a permanecerem diariamente sentados durante horas escutando condenados às galés a arengarem sobre temas tão irresistíveis como o teorema de Pitágoras ou a lei de Boyle-Marriott. Tendo em conta que toda a sexualidade reprimida mergulhada numa banheira de água gelada sofre uma impulsão de baixo para cima igual à massa do líquido deslocado, só admira que em 2007 não se tenha registado nas escolas portuguesas um único caso de canibalismo comprovado.

Pretendem alguns sábios que o problema se resolveria acorrentando os animais às carteiras das salas de aula. Outros, de inclinação mais humanista, exigem a expropriação dos telemóveis, a reintrodução dos castigos corporais, o armamento dos professores, a colocação no pelourinho dos reincidentes ou o arrasamento das residências familiares. Sem esquecer, claro está, a revisão da Constituição para viabilizar essas medidas caridosas.

Estão todos errados. A praga que nos aflige – lamento dizê-lo – só poderá ser definitivamente erradicada proibindo de uma vez por todas a adolescência, essa chaga social com que todos há demasiado tempo pactuamos, nem que para isso seja necessário abolir a causa última do mal, ou seja a procriação. Talvez se trate de uma medida impopular, mas, dentro de alguns anos, ao escutarmos o silêncio que então reinará nas nossas ruas e nas nossas escolas, até os mais renitentes reconhecerão que essa terá sido, efectivamente, a melhor decisão.

terça-feira, março 11, 2008


Prova de Matemática de 12º ano passa a ter duração máxima de três horas
O Sr. Secretário de Estado deciciu que o exame nacional de Matemática do 12º ano vai ter mais trinta minutos que o habitual, isto é vai ter a duração de três horas.
Mas o problema dos resultados dos exames de Matemática é um problema de tempo???

Não me consta que os alunos se tenham queixado de não terem tempo de resolver as questões. Então se não é um problema de tempo, para quê alongar a duração da prova?
A ignorância transforma-se em sabedoria pelo passar do tempo em frente a uma prova de exames???

Por outro lado, constatamos ainda que os exames das disciplinas trienais dos cursos científico-humanísticos vão incidir apenas sobre os conteúdos do 12º. Ano.

Ora, actuando em factores como o tempo e a quantidade das matérias em exame, os resultados que se obterão não serão comparáveis aos de anos anteriores.

Trata-se, portanto, de uma medida que visa gerar sucesso pela via administrativa, à falta de melhor argumento e preparação.


Chega a ser surreal.

quarta-feira, março 05, 2008



O Sr. Presidente da República estará, como Santo António, a pregar aos peixes?


Quando o Sr. Presidente da República, no dia 1 de Março, apela à serenidade de todas as partes, governo, ministra, professores, pais, a Sra. Ministra da Educação vai para Gondomar, no dia 2 de Março, a um Encontro com um sujeito que é arguido num processo, a bradar, como é seu estilo, e a dar-lhe caravelas douradas, que a Sra. Minsitra aceita, com o seu habitual sorriso???

A Sra. Ministra da Educação precisa mesmo de um apoio como este?

E não exige contenção ao Presidente da CONFAP???


Então, o Sr. Presidente da República faz o quê neste país?


Prega aos peixes? (Nunca pior auditório...)


Já não há respeito? Já ninguém se dá ao respeito?

Que terra é esta que não se deixa salgar?
E à terra que se não deixa salgar, que se lhe há-de fazer?

quinta-feira, junho 21, 2007

Alberto Martins anda estranho. Tem-lhe faltado a reflexividade que o caracterizava. Agora diz que o caso da colega Manuela Estanqueiro resulta de uma legislação inadequada e acrescenta que o seu grupo parlamentar vai ver o que se passa e analisar "se se justifica legislar" para evitar casos semelhantes.
A quem observa, ao contrário, parece que, mais que um problema legal, a questão se prende com o bom senso e a humanidade que parecem ter passado à história com a actual equipa governativa.
Vamos esperar que a presidência da União Europeia passe, para ver se não serão alguns membros do Governo a ter de ir para a reforma, antes de entrarem em coma?

quinta-feira, maio 24, 2007

A mentira, a calúnia, a destruição de carácter já começaram nas Escolas e Agrupamentos, como consequência perversa das novas regras de avaliação de desempenho. A receita é simples: conta-se uma história completamente às avessas, em que o ofendido passa a ofensor e depois é só deixá-la "esquecida" nos computadores a que todos todos têm acesso. A partir daí o processo é moroso e é só para corredores de fundo, que os outros hão-de morrer na estrada, ao peso do lado pior da condição humana. Mas há aquelas evidências incontornáveis: quem habitualmente levanta a voz para, supostamente, exercer a autoridade, quem nunca o faz, documentação escrita em que a mentira e a calúnia passam a "lapsos", em que o que foi oralmente acordado passa a deixar de ter sido. As relações de confiança, a força do cometimento oral perderam-se. Paciência e determinação, é o que é preciso; e resistência psicológica para enfrentar um clima institucional que parecia já não ser possível; eu, que fui funcionária pública antes do 25 de Abril, nunca vivi nada assim.

domingo, maio 20, 2007

Subir na vida a pulso
A Senhora Directora Regional de Educação do Norte está determinada a não se poupar a esforços para subir na vida. Para tal, exige na sua Direcção um clima de trabalho sério, um clima de não perturbação do funcionamento do serviço, o que implica a proibição de piadolas sobre "aquela" (isto já é um procedimento de auto-censura) espécie de licenciatura.
Eu comecei a ser uma pessoa politicamente activa nas eleições de 1969, tinha então 17 anos. Antes disso, já ouvia contar as mais hilariantes anedotas acerca do Sr. Presidente Américo Tomaz, caracterizando a sua proverbial e incontornável lógica.
Das vezes que fui interrogada pela PIDE acerca de diversas ocorrências, designadamente quanto às minhas actividades como cooperativista ou de apoio domiciliário a activistas politicamente perigosos, nunca ninguém me perguntou se tinha ouvido anedotas acerca de qualquer figura política (as que corriam acerca de António Patrício eram de fazer chorar a calçada).
Pois bem, aquilo que é publicamente exigível é que a anedota seja do conhecimento de todos; não para avaliarmos o grau de acidez, nem para a caracterizarmos de acordo com a tipologia de Propp, mas para adoptar medidas concretas e urgentes.
Proponho:
1. Que se crie um movimento que exija a divulgação pública da anedota. Sabe-se que o povo Português está deprimido, descrente, vergado ao peso de dívidas e de impostos, e rir, como toda a gente sabe, é um excelente remédio anti-depressivo.
2. Que se gere um movimento colectivo a favor da promoção da Sra. DREN para um lugar europeu, daqueles em que os funcionários europeus se dividem em dois tipos: os que, no elevador, olham para cima e os que, no elevador, olham para baixo. Estou em crer que a ambição política da Sra. DREN a colocará na categoria dos que olham para cima, a menos que o seu evidente low profile lhe dirija o olhar para o lado oposto.
A questão essencial é, sem qualquer dúvida, saber se a anedota do Colega Charrua vale efectivamente todo este esforço colectivo. Nesse caso, poderá ser promovida a anedota do ano escolar 2006-2007, com evidente direito a um daqueles prémios da Sra. Ministra da Educação.
Contem!!! Mal posso esperar para avaliar!

sábado, maio 19, 2007

Em Arcos de Valdevez, foi anunciada a fusão, no mesmo agrupamento de duas Escolas: a EB2.3 dos Arcos e a Escola Secundária Tomaz de Figueiredo, de que resultaria um mega-agrupamento de 2500 alunos, 300 docentes, 120 funcionários e 28 escolas.
Esta medida tem sido objecto de protestos por parte dos alunos, dos seus pais e da própria vereação da Câmara de Arcos de Valdevez.
Nestes protestos são aduzidos argumentos de que, nem a autarquia, nem os pais foram ouvidos no processo de tomada de decisão.
Segundo o vereador da autarquia arcuense, a câmara não foi ouvida, como deve ser sempre ouvida em matéria de ordenamento escolar e a decisão vai contra a Carta Educativa, homologada em Dezembro último, em que se apontava para três agrupamentos.
Trata-se assim de uma decisão unilateral, tomada à revelia dos intervenientes legítimos e de documentos orientadores gizados em diálogo e negociação, o que constitui um primeiro problema.
Um segundo problema prende-se com a dimensão que o agrupamento pode atingir. Efectivamente, um agrupamento de 2500 alunos é ingerível, sobretudo em matéria de condições pedagógicas, de organização escolar e de clima escolar.
Do que tenho observado em sistemas educativos europeus, existem efectivamente agrupamentos verticais que vão do 1º. Ciclo ao final da escolaridade, nesses países o 12º. Ano, que contudo, não atingem mais de 800 alunos, distribuídos em espaços bem delimitados, consoante o ciclo de ensino, não se verificando a convivência de alunos com faixas etárias muito distintas.
A investigação aponta claramente que, no que diz respeito à variável escola, para o clima escolar como principal factor que pesa no abandono escolar.

sexta-feira, maio 11, 2007

Supressão do exame de filosofia do 11º. Ano

Já foi um erro tornar a disciplina opcional no 12º. Ano. Acabar ou secundarizar a formação filosófica no ensino secundário é um erro estratégico sem tamanho.
Um objectivo essencial da educação do século XXI é o de formar cidadãos capazes de reflectir criticamente, de conhecer os processos de argumentação, de os saber utilizar com rigor e pertinência.
Não se compreende como é que noutros países do mundo ocidental se dá cada vez mais importância à infusão do pensamento crítico no currículo e Portugal anda às avessas nesta matéria.
Não faz qualquer sentido que um aluno entre para um curso superior de Filosofia, sem fazer uma prova de acesso a Filosofia, do mesmo modo que não faz qualquer sentido acabar com a prova de Matemática para quem vá para cursos onde a Matemática é uma disciplina estruturante. É como se alguém que quer estudar Língua e Cultura Portuguesas o possa fazer sem a prova de acesso a Língua Portuguesa. Sabemos que o nosso povo e a nossa cultura não primam pela sua capacidade de pensar, que é preciso que aprendamos a pensar. Silenciar a Filosofia é cortar a raiz ao pensamento. É obra de ignorantes.

terça-feira, maio 01, 2007

Onde estão as forças internacionais?
Os últimos quatro anos trouxeram a Darfur mais
de 200 mil mortos e 2,5 milhões de desalojados, sem que se verifiquem quaisquer progressos.

O Acnur começou a distribuir ajuda de emergência aos refugiados de Mogadíscio.
A força de manutenção da paz acusa as milícias armadas apoiadas pelo governo de continuarem a matar e a pilhar impunemente em Darfur.
Guterres na sessão da União Africana referiu que existem cerca de 750 mil refugiados próximos da fronteira com o Chade e estão a ser exercidas pressões junto de Cartum, no sentido de serem colocadas mais forças de manutenção da paz em Darfur.

Inabilidade política
Nada sei do que é preciso saber para opinar sobre se deve haver um novo aeroporto (o Presidente da TAP diz que sim) e muito menos sei onde deve ser construído.
Todavia, cada vez que oiço o Presidente do PSD falar contra a OTA, mais me inclino, numa reacção epidérmica (Miguel, aqui sim, é mesmo instinto reactivo, ou reactividade instintiva) a favor da OTA: brotam-me argumentos a favor dela e argumentos contra o Poceirão, que eu nem sequer sei onde fica. Preciso mesmo de NÃO ouvir o personagem, para me manter criticamente atenta e para racionalizar que um aeroporto a sul do Tejo poderia trazer vantagens para aquela margem, que bem precisa e merece.

Mau serviço
Levei vários dias a pensar neste post, para que a indignação não me tolhesse a razão e para dizer exacta e precisamente aquilo que entendo que deve ser dito.
Quem quer que tenha prestado declarações a uma repórter de cujo nome me lembro só porque é homónima de uma das minhas primas, prestou um mau serviço aos professroes e à blogosfera docente.
Aliás, torna-se fácil perceber quem foi, pelas referências da espécie de notícia e é lamentável que bons blogs de reflexão docente apareçam misturados na má publicidade, porque a publicidade só os incluiu - e mal - num submundo rancoroso, deprimente, mal humorado e de baixa auto-estima.
Quem quer que tenha sido, não quis ou não soube fazer um enquadramento teórico mínimo do fenómeno da blogosfera docente, que não é apenas português, e deu uma ideia de uma blogosfera corporativista e ressaibiada e de uma classe pouco dada è reflexão crítica.
Há pessoas que se põem de cócoras num fascínio matarroano (como diria o meu avô) pelas luzes da comunicação social, sem perceber que nem tudo o que luz é ouro.
Digamos que informante e repórter mutuamente se merecem porque contribuiram para, mais uma vez, denegrir os professores e os professores bloguistas.
Se não foi aquilo que foi dito, então a única saída é mandar para o jornal um documento fundamentado no direito de resposta.

quarta-feira, abril 25, 2007

Comemorações do 25 de Abril da Assembleia da República

Gostei:

  • Dos arranjos de flores.
  • De ver duas mulheres a representar os respectivos partidos: a representante do Bloco de Esquerda, cujo nome não me ocorre, e Maria de Belém, representante do Partido Socialista.
  • De ver um dos companheiros de juventude, Emanuel, à esquerda do Primeiro Ministro: a radicalidade da juventude desenvolveu adultos amadurecidos, críticos, interventivos, construtivos. Não fomos uma geração perdida. Emanuel, no seu eterno sorriso de rapazinho tímido, tal como quando tinha 20 anos.
  • De ouvir o representante do Bloco de Esquerda afirmar que nos faz falta a insubmissão e uma agenda de modernidade. Aqui está uma agenda que me agrada: a insubmissão é filosoficamente socrática, interrogativa, questionadora, especulativa e criativa. Tem, porém, custos elevados.
  • De ver outro companheiro de juventude, Fernando Rosas, a rir-se do discurso do CDS. Só gostava de lhe ter ouvido a acrimónia dos comentátios que acompanharam o riso irónico...
  • De ouvir o discurso do Senhor Presidente da República, todo virado para a juventude. E de o ouvir terminar dizendo: "Em nome de Portugal não se resignem". Custa-me a acreditar que esteja a escrever estas palavras sobre Cavaco Silva. Na verdade, conheci-o pessoalmente na Universidade Católica, no final dos anos 90, durante o meu mestrado. A nossa turma tinha as aulas de Sábado no edifício de Economia e cruzávamo-nos todos os Sábados com os "homens do dinheiro". O Professor-avô metia conversa connosco e eu, de resposta sempre pronta, dizia-lhe que éramos os "parentes pobres da Educação". Um sorriso doce, tímido, uma figura afável que desmontou a imagem que eu havia construído de uma pessoa algo hirta e inflexível que devorava fatias de bolo-rei.

Não gostei ou não percebi:

  • Da referência do PSD à claustrofobia democrática. Não sei, de facto, a que, concretamente se refere. Será um chavão? Uma metáfora da democracia madeirense? É verdade que a comunicação social está cada vez mais dominada pelas grandes empresas e que dificilmente um grupo de cidadãos poderia manter uma revista como o antigo O Tempo e o Modo. Mas esta questão não é específica deste Governo, pois não? Ou o PSD entenderá que só ele tem a prerrogativa de pretender controlar os orgãos de comunicação social?
  • De ouvir Sophia de Mello Breyner citada pelo deputado do PSD/PPD. Não me soou bem, não teve aquela sonoridade essencial e a inteireza da sua poesia. Para mim, Sophia é a mulher que esteve na comissão que foi libertar os presos de Caxias, acompanhada do seu, creio que ainda marido, Francisco Sousa Tavares. E dos que eu vi sair de Caxias, não me lembro de nenhum que tenha vindo a integrar o então PSD. Eu sei que a democracia é de todos e não apenas dos que por ela lutaram de forma activa, mas não encham a boca com versos de Sophia, como se fossem farturas da Malveira. Ou, pelo menos, não esta versão do PSD.
  • Porque é que o cidadão brasileiro escolheu a comemoração para expressar o seu descontentamento, parece-me que contra a política de imigração portuguesa. Faz-me lembrar quando, no final dos anos 70, vi a minha mãe abrir as portas de sua casa, nos Estados Unidos, a estudantes iranianos que carregavam a bússola nos seus camuflados, para orarem a Maomé na direcção certa; estudavam nas Universidades americanas, à conta do erário público dos americanos e criticavam tudo quanto era cultura e mentalidade americanas e/ou ocidentais. E não gostei porque pensei que abusavam da hospitalidade de uma portuguesa na América que abria as suas portas aos colegas do filho, estudante numa universidade americana, das mais multiculturais, a de North Carolina. Pensei de mim para mim: isto é que é alimentar uma víbora no próprio seio. Sim, ainda por cima porque, naquela casa, lhes era posto à mesa tudo quanto era bom, na proverbial tradição de hospitalidade da nossa família. Mais tarde, foi o que se viu.

sábado, abril 21, 2007

SICkness” na 3 e inveja rancorosa na 5

Aparentemente os responsáveis da SIC estão desesperados com a aquisição da TVI pela media capital e a nomeação de Pina Moura e José Lemos para a administração da dita empresa. De tal modo que, para além de convidarem uma pessoa do PSD para demonizar a conversão da TVI ao socialismo, para arrebanharem audiências, resolveram transmitir em directo as declarações que o assassino da Virgína gravou e enviou para a NBC.
Sejais quais forem os argumentos, é do pior gosto e da pior ética transmitir imagens daquela natureza. Em primeiro lugar, são imagens de uma pessoa doente mental que chegou ao fim da estrada. Sempre os houve e sempre os haverá – não são exemplo de nada, não constituem sinais de tempo nenhum, porque o que revelam é tão-somente a situação extrema de desespero, de solidão, a que pode chegar um doente mental e dos riscos envolvidos.
As repercussões da passagem de tais imagens têm sido ponderadas por diversos especialistas que referiram a sua gratuitidade e a sua perigosidade.
Pior do que uma TVI eventualmente dominada pelo PS, que pela sua natureza, pela sua falta de convicção, é um partido pouco vocacionado e até algo canhestro a tentar controlar o que quer que seja, a SIC está doente e em desespero de causa e, por essa razão, prestou um péssimo serviço ao seu público.

quinta-feira, abril 19, 2007

Ninguém cedeu

Ora aqui está uma prova irrefutável do que se pode aprender e crescer civicamente em mais de 30 anos de democracia: Ricardo Araújo Pereira foi proposto para discursar no 25 de Abril, mas foi vetado - pelo PCP, claro. O assunto foi escrutinado na mesa dos negociadores da organização das festividades, mas não houve cedências e um dos pontos críticos foi, aparentemente, a participação do humorista.

Os jovens do PCP - curioso é notar que os do CDS também - têm um ar e uma postura precocemente envelhecidos. Falta-lhes sentido de humor, gosto pela vida, alegria, tudo o que é próprio de uma pessoa jovem e saudável. O humor incomoda-os e assusta-os. E todavia, o humor sempre foi um aliado poderoso da crítica social e de costumes, frequentemente associado ao pensamento lateral e criativo e à reflexão crítica.

O que custa a perceber é como algumas pessoas ainda se admiram desta postura por parte dos representantes do PCP: ou são muito jovens, ou têm a memória curta, ou nunca frequentaram Direito a meio dos anos setenta, nem a Escola em frente, ou nunca tiveram de se confrontar com eles no plano político naquela época. É que perdoar ainda se perdoa, agora esquecer...