Perguntamos nós
A semana foi marcada por uma preparação intensa e laboriosa para os testes.
Queiramos ou não, a nossa vida pessoal, escolar - e o tempo de escola é cada vez mais longo - e profissional, vai estar marcada por eles e dependente deles.
Qual é o "mistério" da construção dos testes? Nada mais esclarecedor do que tentar fazê-los, pôr-se na pele de quem os faz.
Habituados que estamos a fazer uma análise prévia dos conteúdos e dos objectivos de cada unidade e de os registar no caderno sistematicamente, depois de analisarmos as frases-chave, o vocabulário-chave que o livro nos propõe naquela sequência de aprendizagem, o essencial da informação já está "descascado".
Agora, há que a reorganizar e que a colocar em forma de "problemas". Como nos vamos organizar?
Há aquela turma que rapidamente se organiza - se divide em grupos, distribui objectivos e conteúdos a cada grupo que concebe para os outros uma bateria de problemas -, há a outra, menos autónoma, que leva mais tempo a organizar o processo e aproveita para brincar um bocadinho.
Claro que eu posso sempre acelerá-lo, comentando:
- A outra turma cuja letra não posso pronunciar...
- NÃO!!!
- Pronto, está bem, eu não pronuncio...
- NÃO!!!
- Posso só dizer que começa pela letra E? Pode ser ÉSSE, pode ser ÉLLE, pode ser ÉMME...
- Já percebemos, professora!
Um dia destes, esta estratégia de espicaçar a auto-estima vai tornar-se entrópica e terei de partir para outra. Esta semana atingiu o cume da eficácia, presumo portanto que, da próxima vez terei de ser mais sofisticada.
Por enquanto, e a meio do processo, consultado o relógio e avaliado o ritmo, ainda comentei
Na outra turma que não posso pronunciar...
Oh, não!!!
... que não posso pronunciar...
... rrrrroooooarrrrr...
... cada grupo de trabalho construiu seis itens.
A aula acabou com, pelo menos, sete itens por grupo que os outros grupos tiveram de solucionar. Em três dos cinco grupos chegámos aos 8/9 itens.
A colaboração atiçada por um bocadinho de competição fica mais colorida, produtiva e gera mais envolvimento e responsabilidade.Talvez um pouco de vaidade, admito:
(atrás dos tais ÉÉÉ(f)s é que não havemos de ficar...)
Para não falar das vantagens cognitivas, em termos de selecção, análise e organização da informação.
Valeu!(Para o dia de Aristides Sousa Mendes as duas turmas vão ter que trabalhar juntas, mas amanhã será um outro dia)
quinta-feira, janeiro 31, 2008
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