domingo, junho 15, 2008
sábado, maio 17, 2008
Posted by
Paideia
at
1:51 da tarde
2
comments
Labels: restos do dia
quinta-feira, maio 08, 2008
Estudar,
exclamaram espantados:
- Estudar?!? Mas não temos nada para estudar!!!
- Não têm nada para estudar, como? Expliquem-me como é que um estudante do 8º. Ano não tem nada para estudar…
As correntes teóricas mais recentes da educação, muito centradas nos aspectos instrumentais do ensino, têm negligenciado o conceito fundamental de hábito.
Convencidos que foram que eu não saía dali sem os pôr a estudar e que outro remédio não havia, lá se dispuseram – estamos a falar de uma turma de 8º. Ano – a preparar o espaço de estudo, que entretanto estava atulhado de mochilas e outros gadgets, obviamente altamente dispensáveis para o efeito de uma sala de aula, onde se podiam avistar aqui e ali uns cadernos tresmalhados (Podemos ouvir música?).
Se a educação tem alguma coisa a ver com desenvolvimento pessoal, então é medianamente claro que educar é promover hábitos de trabalho e de raciocínio, porque os hábitos são o prolongamento da nossa natureza essencial, organizam a nossa vida, facilitando-a.
- Dentro de minutos, vou verificar o que cada um está a estudar. E armei-me da minha ficha de recolha de dados.
- !!! - entreolham-se com estranheza.
O ser humano é essencialmente um ser inacabado, na medida em que comporta a sua natureza primeira, aquela com que nasce e ainda uma última, que constitui a activação operativa da primeira, que resulta dos hábitos e que podemos descrever como um prolongamento "ergonómico", resultante do trabalho e do esforço prolongados.
O “borbulhas” que, no início do ano apareceu na Escola com um valente pifo e se sentou lá no fim da sala, espraia-se sonolento sobre o livro de Físico-Químicas e as três horas da tarde não ajudam:
- Vamos lá, queres ajuda?
Aquilo que em educação é nuclear estriba justamente em ajudar esse crescimento, essa expansão do ser-pessoa. (operari sequitur esse)
O “brilhantinas” lá do canto estuda Francês com o livro em pé.
- Estás a estudar Francês em perspectiva?!?
Quando Ortega Y Gasset afirmava que temos uma “vida biográfica”, creio entender por esta expressão que as experiências que vivemos podem activar de um modo ou de outro – ou simplesmente não activar – as nossas capacidades naturais.
Depois de passar por mais dois e oferecer ajuda, aproximo-me e dou-lhe a táctica:
- Agora, vais escrever o condicional do verbo, para ver se já decoraste.
Se educar é potenciar e desenvolver a humanização, o fim da educação é desenvolver uma série de hábitos relativamente coerentes e estáveis, que ajudem o jovem a crescer como pessoa.
Os hábitos adquirem-se através de práticas prolongadas, através da estabilização e consolidação de comportamentos e pela repetição.
- Vocês os dois, o que estão a fazer?
- A recolher informação para a Área de Projecto
- Como?
- A ler, sublinhar e tirar notas.
- Muito bem. Continuem. Se precisarem de algum esclarecimento, peçam.
Os hábitos adquirem-se de uma forma variada e flexível. Uma pessoa com hábitos de estudo, não segue sempre a mesma rotina: umas vezes memoriza, outras, resume, outras, compara, outras esquematiza. Mas todas estas operações têm algo em comum: a diligência, a atenção, o cuidado, o esmero, o brio.
(Toque de campainha, cadeiras que arrastam de rompante)
- ALTO! Vamos com calma… Temos de deixar a sala arrumada. Ó … (borbulhas), arruma a tua cadeira, por favor… Obrigada.
E todos dissemos boa tarde.
Posted by
Paideia
at
6:02 da tarde
10
comments
Labels: restos do dia
sexta-feira, maio 02, 2008
Numa sexta-feira entalada entre um feriado e um fim-de-semana, o melhor é tirar partido do Dia da Mãe, para aprender várias formas de expressar o carinho, com ideias interessantes que podemos recolher aqui e que vão deixar as mães mais felizes. Por um momento, há-de saber bem acreditar que um filho pensa de nós que
Posted by
Paideia
at
6:29 da tarde
0
comments
Labels: probabilidades, restos do dia
sexta-feira, fevereiro 01, 2008
Mahatma Gandhi esteve na nossa Casa com exposições, trabalhos vários, largada de balões com frases inspiradas na sua mensagem universal. Rita Viana, professora de Educação Visual, serviu-lhe de guia, com a sua figura luminosa.
Posted by
Paideia
at
5:25 da tarde
0
comments
Labels: restos do dia
quinta-feira, janeiro 31, 2008
Perguntamos nós
A semana foi marcada por uma preparação intensa e laboriosa para os testes.
Queiramos ou não, a nossa vida pessoal, escolar - e o tempo de escola é cada vez mais longo - e profissional, vai estar marcada por eles e dependente deles.
Qual é o "mistério" da construção dos testes? Nada mais esclarecedor do que tentar fazê-los, pôr-se na pele de quem os faz.
Habituados que estamos a fazer uma análise prévia dos conteúdos e dos objectivos de cada unidade e de os registar no caderno sistematicamente, depois de analisarmos as frases-chave, o vocabulário-chave que o livro nos propõe naquela sequência de aprendizagem, o essencial da informação já está "descascado".
Agora, há que a reorganizar e que a colocar em forma de "problemas". Como nos vamos organizar?
Há aquela turma que rapidamente se organiza - se divide em grupos, distribui objectivos e conteúdos a cada grupo que concebe para os outros uma bateria de problemas -, há a outra, menos autónoma, que leva mais tempo a organizar o processo e aproveita para brincar um bocadinho.
Claro que eu posso sempre acelerá-lo, comentando:
- A outra turma cuja letra não posso pronunciar...
- NÃO!!!
- Pronto, está bem, eu não pronuncio...
- NÃO!!!
- Posso só dizer que começa pela letra E? Pode ser ÉSSE, pode ser ÉLLE, pode ser ÉMME...
- Já percebemos, professora!
Um dia destes, esta estratégia de espicaçar a auto-estima vai tornar-se entrópica e terei de partir para outra. Esta semana atingiu o cume da eficácia, presumo portanto que, da próxima vez terei de ser mais sofisticada.
Por enquanto, e a meio do processo, consultado o relógio e avaliado o ritmo, ainda comentei
Na outra turma que não posso pronunciar...
Oh, não!!!
... que não posso pronunciar...
... rrrrroooooarrrrr...
... cada grupo de trabalho construiu seis itens.
A aula acabou com, pelo menos, sete itens por grupo que os outros grupos tiveram de solucionar. Em três dos cinco grupos chegámos aos 8/9 itens.
A colaboração atiçada por um bocadinho de competição fica mais colorida, produtiva e gera mais envolvimento e responsabilidade.Talvez um pouco de vaidade, admito:
(atrás dos tais ÉÉÉ(f)s é que não havemos de ficar...)
Para não falar das vantagens cognitivas, em termos de selecção, análise e organização da informação.
Valeu!(Para o dia de Aristides Sousa Mendes as duas turmas vão ter que trabalhar juntas, mas amanhã será um outro dia)
Posted by
Paideia
at
9:46 da manhã
0
comments
Labels: restos do dia