terça-feira, janeiro 22, 2008



Poesia, movimentos oculares e actividade cerebral


Uma investigação efectuada em duas universidades escocesas indica que ler poesia exige mais do cérebro do que ler prosa.

Os investigadores, utilizando tecnologia de feixes infravermelhos estudaram os movimentos dos olhos na leitura de poesia e de prosa e verificaram que o número de movimentos era muito maior quando os sujeitos estudados liam poesia.

Ora, o movimento dos olhos está associado à profundidade do pensamento. Foram também verificados, através da imagiologia, níveis superiores de actividade cerebral, durante a leitura de poesia.

Ao que parece, o leitor lê a poesia de forma diferente, tornando-se provavelmente mais receptivo à riqueza e à complexidade do texto, mas em termos psicológicos, parece que lemos poesia da mesma forma que uma pessoa que tem dificuldades na leitura.

De forma que, para exercitar os neurónios, já sei que, em vez de Jane Austen, vou puxar para mais perto da cabeceira a incontornável Elizabeth Browning e os seus Sonetos Portugueses:

Thou comest! all is said without a word.
I sit beneath thy looks, as children do
In the noon-sun, with souls that tremble through
Their happy eyelids from an unaverred
Yet prodigal inward joy. Behold, I erred
In that last doubt! and yet I cannot rue
The sin most, but the occasion--that we two
Should for a moment stand unministered
By a mutual presence. Ah, keep near and close,
Thou dovelike help! and, when my fears would rise,
With thy broad heart serenely interpose:
Brood down with thy divine sufficiencies
These thoughts which tremble when bereft of those,
Like callow birds left desert to the skies.

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