terça-feira, julho 03, 2007



Obviamente...


Conheço Vítor Ramalho, deputado socialista pelo distrito de Setúbal, desde 1970. É uma pessoa dotada de uma sensibilidade e de uma educação únicas e naturalmente requintadas. A vida e a carreira acentuaram a sua natural ponderação no uso do verbo. Na entrevista que deu a Mário Crespo, todos estes traços de carácter se evidenciaram, quando afirmou que todas as "coincidências" de atentado às liberdades individuais SÓ prejudicam o partido que representa.


A mim também me parece.

3 comentários:

Maic disse...

Aprecio e congratulo-me que, dentro da classe política, existam personalidades como o deputado, Victor Ramalho, que prima pela frontalidade, honestidade e coragem de dizer o que pensa sobre alguma perda de liberdade de opinião que se vai verificando,no sistema, dito democrático. De facto se não é benéfico para o seu partido, não o é de certo para os cidadãos, em geral, que se sentem traídos, logo por uma força política que tanto pugnou, noutros tempos pela liberdade de expressão.
MD

Anónimo disse...

O PS faz parte da sociedade portuguesa pelo que é reflexo das suas virtudes e pecados. A sociedade portuguesa, (quando analisada na sua individualidade pessoal, partidária, etc,) não está, na minha opinião, preparada para exercer democráticamente o poder, em especial se se encontra, neste caso particular de regime parlamentar, com maioria absoluta neste órgão. Assim, o PS não será diferente do PSD. Este último no tempo do Prof. Cavaco Silva teve os mesmos tiques autoritários e mesmo antidemocráticos.
Só é pena, que pessoas como a que refere ou Ferro Rodrigues, ou Manuel Alegre sejam marginalizadas da vida política ou não se lhes dê a atenção que talvez merecessem. Outra questão tem a ver como a generalidade da sociedade entende estas questões. São questões 'longínquas'... 'menores'... 'são todos a mesma coisa'... etc. etc...
Só uma actuação consequente, mas firme e determinada, pode levar o PS e todos os da 'voz do dono' a arrepiar caminho. Até porque é normalmente nesta 'mole' que graça a incompetência.
Uma sociedade castrada numa das suas mais nobres características, a liberdade e a criatividade, não evolui, regride.
Por favor expliquem aos vossos alunos o profundo significado do 25 de Abril.
Isabel

Paideia disse...

Cara Isabel,
Na minha entrada, referi-me exclusivamente ao comportamento de uma dada pessoa: não coube neste âmbito o acervo de questões e de variáveis que a Isabel equaciona na sua mensagem, designadamente, a preparação da sociedade portuguesa para o exercício da democracia, a similitude de comportamentos dos principais partidos, o peso da liberdade e da criatividade na evolução da sociedade portuguesa.
A multiplicidade de significados do 25 de Abril e da sua importância relativa depende muito das nossas leituras individuais, que se prendem com os nossos valores e as nossas crenças. Também não estou em condições de analisar a relação de forças dentro dos partidos políticos, senão como cidadã e observadora MUITO externa - é uma questão que diz exclusivamente respeito às pessoas que os compõem e às linhas de força que se vão criando dentro das organizações. Apenas referi que a posição da pessoa em referência encontra eco na forma como eu avalio a situação.