sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Lá me despachei! Pois...
A defesa da minha tese de doutoramento foi no dia 5 de Fevereiro, dia em que completei os meus 55 anos. Foram meus arguentes o Prof. Paulo Dias, da Universidade do Minho, que vinha elegantérrimo no seu laço "burgundy", o cabelo para o comprido, de um grisalho liiiiiiindo e o Prof. Bidarra de Almeida, da Universidade Aberta, mais ectomorfo e sisudo, mas impecável nos seus paramentos doutorais. A minha Profinha Guilhermina Miranda, lindérrima como sempre, no seu louro realçado pela toga negra. Chiquíssima!
A coisa não correu mal. Lá me safei das críticas, às vezes com a minha ironia a caminhar para o verrinoso. Com um público numeroso e condescendente, na sua grande maioria constituído por gente que me conhece desde a adolescência, como o Vidaúl, o Bacalhau e o Quim ou da juventude, como o Pinto e Castro e o Cardoso, mais o meu primo, o Sr. Juiz desembargador, a minha menina (Dora) e os seus foférrimos progenitores e os meus três mais-que-tudinhos, e mais a Joana Campos, provalvelmente uma das mais representativas figuras do projecto Navegar e todos os outros queridos que lá estiveram, em especial o meu querido menino Miguel de Jesus e seu pai, o Sotto Mayor, enfim, uma audiência quentinha e calorosa que, evidentemente contagiou o digníssimo Júri.
Lá me saí com nota máxima: Muito Bom com Distinção e Louvor. Sim, tudo em letras maiúsculas, porque nesta coisa de notas mantenho o espírito da minha juventude: iria chorar desalmada à porta do Júri se assim não fosse, como fazem as alunos do Prof. Daniel Sampaio (que, aliás, lá pelos idos de 1999, só me deu 18 na disciplina do Mestrado: um bocadinho agarrado à nota, convenhamos...)

1 comentário:

Dora disse...

Talvez com todo aquele nervosismo que antecede uma defesa de tese nem se tenha apercebido mas ele estava lá. Num pequeno ficheiro que foi anexado a um e-mail de boa sorte no fim-de-semana que antecedeu a gloriosa defesa de doutoramento.
O Olimpo esteve ali a seus pés, naquele dia cheio de sol.


Procurando o último degrau do Olimpo

Uma data que se marca
num acaso de circunstâncias inocentes
que remetem para um inevitável final feliz.
É o passar dos anos por nós
e a marca das velas que se irão apagar daqui a pouco.
Um símbolo que se juntará a outro.
O estar aqui que agradecemos todos os dias
e o partilhar sempre com os outros
aquilo que sabemos ser tanto e tão pouco
num universo ilimitado do saber fazer.
Um aniversário duplo
e a promessa que se cumpriu secretamente
segurando numa mão um documento científico
e levando sempre escondido num bolso
a perseverança, o dinamismo e a força de vencer
envolvidos com doses altas de tormentas e
um misto de contentamento.
Mas agora que findo é o sofrimento
avista-se bem perto uma escadaria gloriosa
cujos degraus, de um mármore imaculado,
nos convidam a subir
parando apenas por breves instantes
no Olimpo
para voltarmos de novo à caminhada
que se cruza num acaso de circunstâncias
numa data ideal
que tornamos inesquecíveis.

DC
3 de Fev 07