sábado, maio 17, 2008


O cartaz da loja de informática



Provas aferidas do 6º. ano de escolaridade. O exercício 20 promete 3 caixas vazias a quem comprar 2 embalagens de CDs. A questão está em saber a quantas caixas terei direito, se comprar 8 embalagens de CDs.



A calculadora substitui o raciocínio, aliás bastante elementar. A utilização irracional e ilógica da calculadora, com o distraidor de que cada embalagem tem 25 CDs, conduz às respostas mais absurdas.

Tudo porque o uso abusivo da máquina substitui o treino da capacidade de elaborar um raciocínio elementar.

Em termos práticos, em vez de se treinar num raciocínio desta simplicidade, o fundamental é instruir os indivíduos a andarem sempre de calculadora à arreata.Confrangedor e estupidificante.

2 comentários:

Alda Serras disse...

Exactamente! Estiveram sempre de calculadora em riste e reparei, na minha sala, que alguns chegaram à bonita quantia de 200 caixas de oferta!! A prova era fácil mas exigia muito raciocínio, alguns resolveram-na à pressa, sobrou-lhes muito tempo e começaram a ficar irrequietos. Quer-me parecer que os disparates foram mais que muitos!

IC disse...

Idalina, não estou muito de acordo. Estou de acordo, sim, que muitos alunos não têm hábito de raciocinar e que é preciso treiná-los a elaborarem raciocínios ( e também a reflectirem sobre a plausibilidade de resultados/respostas a que chegam). Mas acho que não é por causa da calculadora que não raciocinam.
Fiz este comentário porque comentadores da nossa praça pública - e até da área da Matemática - andam a bramar contra o uso da calculadora (só dou razão no 1º Ciclo, mas não se limitam a criticar o uso aí) e a insistir no domínio dos algoritmos das operações, como se estes não fossem também aprendidos mecanicamente. E é bom não desviar as "culpas", pois a culpa de os alunos não raciocinarem não é de uma calculadora que apenas lhes faz as contas que eles escolhem "à toa".