O que eu gosto de debater:
IC voltou à loja de informática e disse:
Idalina, fiquei enleada com o destaque ao meu comentário, mas até acho óptimo discutir estas coisas ligadas aos alunos e ao ensino. Concordo absolutamente com tudo o que dizes neste post. Por isso acho muito bem que no 1º Ciclo os professores não permiram o uso da calculadora (a não ser para certas explorações, mas isso não tem a ver com fazerem as contas com a máquina). No entanto, continuo a defender que, nos ciclos seguintes, as causas principais de os alunos falharem por falha de conhecimentos básicos muito pouco tem a ver com terem a calculadora na mão. É todo o ensino da Matemática que não deve ser feito com uma grande predominância de ensino de procedimentos que os alunos memorizam e automatizam ( e muitas vezes isso acontece) - antes de automatizarem, o que também é necessário, é preciso trabalhar com eles a compreensão desses procedimentos e, sobretudo, fazer que apreendam as noções e que se iniciem nos conceitos que, progressivamente, irão elaborando melhor. Explico-me melhor com um exemplo - o que deste de multiplicar em vez de dividir. Lembro-me bem que, no tempo em que ainda não havia calculadoras nas escolas, era por vezes aflitivo como, num problema simples, alunos do 5º ano (e até do 6º)diziam "divide-se" e, se era errado, diziam "então multiplica-se". Por isso eu disse que a calculadora não era a causa - eles também escolheriam "à toa" a operação se não tivessem a máquina máquina.Neste exemplo de noções elementares como é o caso de terem ou não apreendido o significado de cada uma das operações da aritmética, não vamos acusar professores do 1º Ciclo; é natural ter que se consolidar essas noções no 5º ano. O que eu quero dizer é simplesmente que os conhecimentos têm que ser compreendidos. E o hábito de raciocinar tem que ser inculcado.Por exemplo - outro exemplo a nível ainda mais elementar -, o caso da tabuada. Tanto é errado ficar pela memorização sem que tenham a noção do que quer dizer três vezes quatro, como ficarem pela compreensão e terem que perder um tempão, desviando o raciocínio de um problema, para chegarem por adições sucessivas a quanto é 6x9. Não perdem esse tempo se tiverem calculadora, mas, não a terem resolve as questões de fundo?Bem... a estas horas não sei se a minha 'resposta' saiu de modo a entender-se. Mas não esqueças que comecei por dizer que concordo com o que escreveste neste segundo post.
Comentários:
Sim, os automatismos são necessários a um raciocício mais rápido e a uma maior eficácia nas operações cognitivas mais complexas.
Não acuso ninguém de usar ou de não usar calculadora. Admito contudo que tenho verificado que a preocupação de a utilizar, mesmo nos mais simples procedimentos, acaba por causar "ruído" e funcionar como um distraídor.
sexta-feira, maio 23, 2008
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1 comentário:
Queria e gostava de conseguir participar mais activamente nestas questões fundamentais... mas como já expliquei lá na teia estou mesmo com a vida muito complicada, mesmo quando tento aligeirar e fingir que não, que tudo se resolve... calculadora para mim é assim: em situações onde o cálculo é excessivo e a missão é a resolução do problema (sem a preocupação de cálculos complexos) sim. Raramente recorro a ela, só mesmo nestas situações. Insisto com as técnicas e o seu domínio, integradas na resolução de problemas. Nos testes nunca usam calculadora. Os meus meninos (alguns) tinham calculadora na mão na prova de aferição e, ainda assim, na potência fizeram, 100x100 = 1000 sem sequer verificar(zanguei-me). A calculadora deve ser um instrumento de libertação para problemas complexos, não uma dependência para todas as situações. Repito: uso pouco e só nesses contextos de exploração ou resolução de problemas. Muito mais poderia dizer... mas a cabeça já dói, estou a trabalhar desde muito cedo e essa será a perspectiva até à noite de Domingo. Desculpem-me as muitas ausências... (quando interrompo um bocadinho não me apetece educação nem trabalho, nem nada mais sério, apetece-me música, passarinhos, sei lá, borboletas e poesia...)Beijinhos
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