segunda-feira, agosto 27, 2007


Fazes-me falta




A reacção de uma criança ou de um adolescente à morte de um familiar depende naturalmente da sua faixa etária e ainda de outros factores, tais como a proximidade entre o jovem e a pessoa que morreu e as circunstâncias da morte, isto é, se era ou não esperada, ou se ocorreu na sequência de uma doença.
Do ponto de vista da criança e do jovem, outros factores podem ainda ser relevantes para a forma como o jovem lida com o acontecimento: se a morte foi muito traumática, se foi repentina ou era esperada e o peso do seu efeito nos restantes membros da família, designadamente os mais próximos, particularmente se tem impactos nos cuidados prestados ao jovem e ainda dos recursos e apoios práticos que ajudem a família a lidar com o desgosto.
Hoje em dia, procura-se afastar as crianças da realidade da morte, mas a experiência parece demonstar que as crianças e os jovens não devem ser subtraídos a esta realidade: quanto mais próxima é a relação, mais importante é que o jovem lide com o facto, fale sobre ele, faça perguntas e obtenha algumas respostas securizantes.
Quem tem uma experiência de uma profunda perda precoce de um familiar muito próximo, como a do pai ou mãe, conhece o medo do abandono ou a sensação de culpa ou ainda o sentimento da mais profunda solidão que teima em percorrer toda a nossa vida; permitir ao jovem expressar estes sentimentos, ajuda-o a lidar melhor com eles e reduz a possibilidade de ocorrência de alterações emocionais mais tarde.
Em princípio, uma criança deve participar activamente das cerimónias de despedida, excepto quando é muito jovem ou manifesta medo de participar nelas.
Facto aceite, é importante ter tempo para ouvir e falar com a criança, dar-lhe liberdade de expressão de sentimentos de medo, angústia, revolta ou tristeza e prestar atenção a eventuais sinais de alerta, tais como um longo período de depressão e de desinteresse, dificuldades de sono, perda de apetite, medo de estar só, comportamentos de regressão ou de negação, desinteresse pela escola ou menos quebra acentuada do rendimento escolar.
Respostas simples e directas e gestos de carinho são as melhores opções de ajuda.

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