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segunda-feira, fevereiro 18, 2008


Efemérides


Hans Asperger, nasceu a 18 de Fevereiro de 1906 nos arredores de Viena.

As suas pormenorizadas descrições originaram um novo grupo de diagnóstico com uma base biológica. Com efeito, Sucharewa foi uma sua percursora, na medida em que as características que então descreveu fazem parte da descrição da síndrome, pese embora o facto de o trabalho da cientista, ainda que publicado numa revista alemã, ter sido ignorado pelo próprio Asperger.

Em 1943, Hans Asperger apresentou o seu trabalho de pós-doutoramento, que foi posteriormente publicado num artigo praticamente ignorado até aos anos 80.
O seu artido de investigação sobre a “Psicopatia autística” baseou-se na observação de mais de 400 crianças, predominantemente do sexo masculino, cujos padrões de comportamento e capacidades são descritos em pormenor e incluem: falta de empatia, reduzida capacidade de interacção, conversação unilateral, interesse muito marcado por um assunto específico, que pode variar ao longo do tempo e descoordenação motora.

Asperger apelidava as crianças estudadas de pequenos sábios, devido à sua capacidade de discorrer pormenorizadamente sobre um tema.


Muitos indivíduos excêntricos reconheceram-se na descrição das características da síndrome e encontraram nessa descrição a explicação para as suas dificuldades extremas de relacionamento pessoal e de enquadramento profissional; concomitantemente, a descrição explicou casos de talentos excepcionais e para o enquadramento de formas ligeiras de autismo, o que contribuiu para uma ideia mais positiva da síndrome.

Provavelmente terá havido algum exagero, mas algumas biografias são material autêntico acerca de pessoas historicamente muito interessantes, o que nos permite encontrar alguns padrões na caracterização dessas figuras.

Um deles era Lord Cavendish, um cientista famoso; outro, era John Howard, um grande reformador do sistema prisional; outro ainda, era o matemático Erdos; Bobby Fisher, o famoso xadrezista, é considerado um caso de síndrome de Asperger e existem ainda muitos outros, embora não seja provavelmente muito correcto integrar Einstein neste grupo.

sábado, dezembro 22, 2007

A APSA acaba de publicar o Livro de Actas do Congresso Internacional de Síndrome de Asperger, realizado em Setembro de 2006, em Santa Maria da Feira.
Este congresso reuniu os mais destacados especialistas nacionais, como Carlos Nunes Filipe e Nuno Lobo Antunes (sei que adoptou recentemente o apelido de sua esposa,peço desculpa por não estar inteiramente informada), e internacionais, como Ami Klin, Chris Gillberg e Uta Frith.
Coube-me a honra de escrever a apresentação deste livro, cujo tratamento gráfico é de um sofisticado bom gosto.
Parabéns à APSA.

sábado, setembro 15, 2007


Então, até já... no second life


Às pessoas com alterações do espectro do autismo, designadamente com síndrome de Asperger, a Web oferece novas possibilidades de convívio.
A maioria de nós achará estranho que duas pessoas possam comunicar por escrito, enquanto os seus avatares acenam um ao outro, mas eu explico: sabendo que a comunicação escrita se processa de forma mais lenta e sem a linguagem não verbal que caracteriza a comunicação presencial, é justamente esta conversação entre avatares que pode tornar a comunicação via web tão interessante para uma pessoa com síndrome de asperger.

Na verdade, a panóplia e a falta de clareza das formas de comunicação não verbal é o aspecto mais difícil da comunicação para uma pessoa com síndrome de Asperger, para quem a linguagem corporal e as expressões faciais são muitas vezes confusas ou mesmo indecifráveis.
A comunicação no Second Life reduz os factores de ansiedade que dificultam tanto a vida das pessoas com síndrome de Asperger, particularmente nos aspectos interaccionais.

Eu tenho muita dificuldade em decifrar as expressões faciais das pessoas e no second life a expressão surge um pouco exagerada, o que me facilita a interpretação”, afirma um gestor de projecto do Linden Labs.

Muitas pessoas com alterações do espectro do autismo, das mais ligeiras às mais severas, aderiram à comunicação pela Web e aos mundos virtuais, como forma de comunicarem, como é o caso da californiana Camille Clark que tem um blogue, o autism diva, no qual informa, esclarece e debate as características da sua condição de autista.
No seu blogue, Camille afirma que pode comunicar com outros, sem que estes se apercebam da sua condição, o que, para ela, é um alívio, na medida em que se expressa livremente, sem os condicionalismos da comunicação não verbal.

O Dr. Baron Cohen, investigador da Universidade de Cambridge no espectro do autismo, afirma que a comunicação através da Web confere algum controlo sobre a interacção, já que desacelera o processo de interacção social, o aspecto mais difícil da comunicação, numa pessoa com alterações do espectrro do autismo.

Em 2005, John Lester, investigador da Harvard Medical School criou no Second Life um espaço para autistas e outras pessoas com perturbações neurológicas, em que as pessoas se encontram e praticam as suas competências sociais, “sem consequências”, mas muitos dos participantes iniciais já se aventuraram a outros espaços do Second Life, onde exercitam a sua capacidade de conviver e de comunicar.

Há até utilizadores que adquirem animações de avatares para aprenderem a decifrar linguagem corporal.

Para além da dimensão terapêutica, o Second Life passou a ser, para estas pessoas, um espaço de organização e de troca de informação e de experiências.

Como afirma o investigador canadiano Mottron, a comunicação via Web quebra barreiras, vai além das questões da linguagem não verbal, nas quais as pessoas com alterações do espectro do autismo não estão particularmente interessadas, quando muitas delas, o que pretendem é trocar informação e discutir.